Os títulos negociados no Tesouro Direto operam em queda nesta quinta-feira (19). Tanto os Prefixados quanto os títulos IPCA+ entregam rentabilidade menor do que o registrado no dia anterior.
Às 15h30 (de Brasília), o Tesouro Prefixado 2025 oferecia rentabilidade anual de 12,31%, com investimento mínimo de R$ 36,90. Na quarta-feira (18), a taxa estava em 12,45%. O Tesouro Prefixado 2029 entrega retorno de 12,22%, abaixo dos 12,40% registrados no dia anterior. Já o Prefixado 2033 com juros semestrais oferece 12,36%, tendo queda em relação aos 12,51% de quarta-feira.
Os Tesouro IPCA+2035 e 2045 são os destaques negativos entre os títulos atrelados à inflação, entregando 5,61%, ante 5,66% na quarta-feira (18). O Tesouro IPCA+ 2055 também apresentou baixa nesta quinta-feira, gerando rentabilidade de 5,74%, ante 5,77% no dia anterior.
A queda no preço dos títulos brasileiros são influenciados pelo cenário macroeconômico no exterior. Os mercados continuam apreensivos com a volta da inflação alta e da estagnação econômica — momento conhecido como “estagflação”. Esse cenário acontece em meio a revisão da projeção do PIB de países como China, Estados Unidos e da Zona do Euro.
Nesta quinta-feira (19), foram publicadas as atas da reunião do BCE (Banco Central Europeu), feita em abril. O BCE está preocupado com a alta da inflação na Europa, mas ainda não há garantias de novo aumento na taxa básica de juros na próxima reunião, em junho.
Na quarta-feira (18), o Reino Unido anunciou que o índice de inflação disparou 9% em ritmo anual em abril, registrando a maior inflação do país em 40 anos. No fim de março, a inflação nos 12 meses anteriores era de 7%, informou a ONS (Escritório Nacional de Estatísticas) em seu relatório mensal.
Investidores também monitoram o andamento das medidas de flexibilização das restrições na China. Apesar das autoridades de Xangai decidirem encerrar o lockdown de forma gradual até junho, o governo chinês anunciou que outras regiões, mais afastadas do centro da China, devem ser fechadas devido ao avanço da covid-19.
O cenário geopolítico global também acabou influenciando o Tesouro Direto. A UE (União Europeia) pretende mobilizar até 300 bilhões de euros em investimentos até 2030, com o objetivo de acabar com a dependência do bloco em relação ao petróleo e gás russos, de acordo com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, na última quarta-feira (18).