As ações da TradersClub (TRAD3), que já acumulam queda de 33,95% nos últimos cinco dias, têm a maior taxa de aluguel do mercado, segundo um relatório de short selling (venda a descoberto) publicado pela XP nesta terça-feira (5). O dado vem a público na semana em que o jornal “O Globo” revelou que a empresa está sendo investigada por “manipulação de cotação de ações”,
O preço pode demonstrar o apetite do mercado pelas apostas na queda do papel do TradersClub. A venda ao descoberto é uma prática financeira que consiste na venda de um ativo, esperando que o preço caia para comprá-lo de volta e lucrar com a diferença.
Leia também: TradersClub (TRAD3) deve virar corretora e ter AAIs para enfrentar XP e BTG
Para realizar o shrot selling, o investidor precisa alugar as ações e pagar uma taxa ao dono ativo ao final da operação. Uma taxa de aluguel alta pode indicar que os investidores estão apostando em uma futura queda do preço do papel.
A taxa de aluguel da TC, de acordo com o relatório da XP, está em 43,3%, o que a coloca em primeiro lugar no ranking de ações por taxa de aluguel. Além disso, a taxa é bem maior que a da segunda colocada, a Fertilizantes Heringer (FHER3), de 24,3%. O relatório cobre um total de 262 ações negociadas na B3. Em seguida, aparecem IRB Brasil (IRBR3), Time For Fun (SHOW3) e Locamerica (LCAM3).
O papel da TC também aparece no ranking de ações por short interest. De acordo com o relatório, um short interest alto pode indicar que os investidores estão apostando que o preço do ativo irá cair, e, em geral, um short interest acima de 10% é considerado “alto”. O short interest da TC se encontra em 13,5%, alta de 1,1 ponto percentual nos últimos 15 dias.
Lideram o ranking de ações por short interest EZTec (EZTC3), M. Dias Branco (MDIA3), Trisual (TRIS3) e Aliansce Sonae (ALSO3). O relatório, assinado por Julia Aquino, Thales Carmo e Jennie Li, diz que as métricas altas tendem a ser um sinal de baixa, pois podem indicar que os investidores estão esperando queda nas ações ou aumentando suas apostas contra os ativos.
TradersClub (TRAD3) é alvo de investigação da CVM
Na semana passada, foi noticiado que a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e a BSM (Supervisão de Mercados) estão investigando a TC por uma suposta manipulação de cotação de ações.
No início do mês de maio, o TC anunciou a compra de 100% das cotas da DVTM (distribuidora de títulos e valores mobiliários) Dibran Holding Financeira LTDA.
Além disso, está circulando nas redes sociais um vídeo em que uma mulher afirma que Rafael Ferri (um dos principais acionistas da TradersClub) e “sua turma” dão dicas “que são verdadeiras furadas e mais se parecem piadas de mau gosto”. Ela também cita “17 acusações de assédio na empresa”, entre outras práticas abusivas que teriam sido realizadas na sede da companhia.