Limitar a imigração é uma das políticas prometidas pelo presidente eleito nos EUA, Donald Trump. Mas aplicar esta política vai ser difícil e pode prejudicar o país norte-americano, avaliou o gestor e sócio da JGP Eduardo Cotrim, no programa Stock Pickers.
“O número de empregados no mercado de trabalho, com as pessoas trabalhando nos Estados Unidos, que são americanos, hoje é o mesmo número que tinha antes da pandemia. A força de trabalho que cresceu nesses três anos, que dá mais ou menos 3 milhões de pessoas, é tudo estrangeiro”, enfatizou o especialista.
“O fluxo de imigrantes ajudou a tirar o pressão do mercado de trabalho e fazer com que a economia trabalhasse melhor“, comentou.
Possível desequilíbrio no mercado de trabalho com Trump
Enquanto no governo de Barak Obama os EUA recebiam em média 1 milhão de imigrantes por ano e com Biden foram cerca de 2,5 milhões, no primeiro mandato de Trump os EUA recebeu 750 mil pessoas por ano.
Se os números voltarem a esse patamar, a economia americana pode ser afetada e os serviços podem ficar menos acessíveis para os americanos, já que a geração Baby Boomer está se aposentando e o bônus demográfico está passando, disse o gestor.
“O imigrante ajuda no equilíbrio da economia. O americano quer alguém para limpar o banheiro. A maioria dos trabalhadores menos qualificados é de estrangeiros”, afirmou Cotrim.
Segundo ele, no setor de construção civil, um em cada três empregados é estrangeiro, e, no setor de serviços, é um em cada quatro. Já no mercado de trabalho em geral, esse número é de um imigrante a cada cinco empregados.
“Para a economia continuar rodando, precisa de mais gente entrando no mercado de trabalho. O imigrante, de certa forma, tem a sua função na sociedade americana”, destacou.
Mas, sobretudo, o gestor lembrou que Trump costuma ser imprevisível em suas ações e negociações, então ainda é preciso aguardar para saber quais serão as políticas nesse novo mandato.