Donald Trump, presidente dos EUA, reforçou sua promessa de reduzir os preços do petróleo e disse que, com isso, “todo o restante vai seguir”.
O republicano fez o comentário durante um discurso no evento National Prayer Breakfast, em Washington D.C., capital dos EUA.
Além disso, na ocasião Trump também aproveitou para lembrar a vitória que obteve nas eleições do ano passado.
Segundo ele, o governo tem “mandato” para implementar as políticas propostas. “Fizemos mais em 2 semanas do que qualquer presidente na história. Tem sido muito bem-sucedido”, destacou.
Trump ameaça relevância da COP-30 e da agenda verde de Lula
Desde seu início, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem apostando na agenda sustentável, com grandes expectativas para a COP-30, a ser realizada em novembro na capital paraense. Porém, a volta de Donald Trump à presidência dos EUA pode retardar o progresso dessas políticas, avaliam especialistas.
Trump já deixou claro que não pretende seguir os objetivos globais de desenvolvimento sustentável. Além de ter retirado os EUA do Acordo de Paris, ele promete avanços na exploração de petróleo e recuo em políticas de preservação ambiental.
Para analistas, a postura do presidente norte-americano influencia diretamente o financiamento de políticas e as parcerias internacionais para o desenvolvimento estratégias de transição energética, descarbonização e preservação de recursos.
Isto agrava expectativas que já não eram muito positivas, com países europeus, como a França e Reino Unido, retardando a adoção de energia renovável, comenta o coordenador da comissão de economia da APIMEC Brasil, Alvaro Bandeira.
Além disso, países da UE (União Europeia) não têm se mostrado dispostos a aumentar financiamentos para conter as mudanças climáticas.
“A gente vê uma França com um valor muito menor do que a gente esperava, a gente vê uma Alemanha com um valor muito menor do que esperava, então vai ter que fazer um esforço muito grande na COP-30 para elevar os valores dos países que permaneceram no acordo”, avalia a economista da Valor Investimentos Paloma Lopes.
Outro fator que pode dificultar as investidas do Brasil é a tendência de mudança do perfil político de muitos países para uma direção mais conservadora, que tradicionalmente não prioriza o combate às mudanças climáticas.
“Acho que a Alemanha é um bom exemplo, a chance do partido mais conservador se eleger me parece que é real, e a bandeira da sustentabilidade é mais fraca”, comenta a cofundadora da CCS Brasil, Isabela Morbach.
Nesse cenário, os recursos para a conservações nas florestas, o combate às queimadas e a criação de novas reservas ficam ainda mais comprometidos com a volta de Trump. “Trump no poder vai tirar metade ou mais da metade do dinheiro que a gente já contava, que é muito menos do que a gente esperava”, prevê Lopes.