A fortuna dos dez homens mais ricos do mundo subiu US$ 64 bilhões em um dia, após a vitória de Donald Trump nas eleições dos EUA. Os dados são do índice de riqueza da Bloomberg. O valor é um recorde histórico do índice.
A riqueza desses bilionários aumentou com a valorização de ações dos EUA, já que investidores acreditam que Trump deve reduzir impostos. Elon Musk, sozinho, adicionou US$ 26,5 bilhões à sua fortuna. Jeff Bezos, dono da Amazon, e Larry Ellison, da Oracle, também estão na lista.
Bilionários das criptomoedas também foram beneficiados. Entre eles Changpeng Zhao, fundador da Binance, com crescimento de patrimônio de US$ 12,1 bilhões pós-eleições; e Brian Armstrong, cofundador e CEO da Coinbase Global, com aumento de US$ 11 bilhões.
Entre os dez empresários mais ricos, apenas Bernard Arnault, diretor-executivo da LVMH, é de fora dos EUA. A marca de artigos de luxo é francesa.
A vitória do ex-presidente também fez o Índice S&P 500, que acompanha o desempenho das 500 maiores empresas na bolsa de valores americana, subir 2,5%, que foi o melhor desempenho pós-eleitoral da história; e o dólar americano também se valorizou.
Trump eleito pavimenta retorno de Bolsonaro em 2026?
No Brasil, a repercussão da vitória de Donald Trump nos EUA foi gigante: no mercado, a pressão sobre o dólar e as projeções de vantagens e desvantagens para os principais setores da economia pesaram enquanto, na política, houve uma injeção de ânimo na possibilidade de retorno de Jair Bolsonaro (PL).
O próprio ex-presidente, em entrevista à Folha de S. Paulo, disse que “o que acontece lá, acontece aqui”, em referência ao fato de que a vitória republicana nos EUA deve ser um motor para o triunfo da direita no Brasil. “Que a vitória de Trump inspire o Brasil a seguir o mesmo caminho”, disse Bolsonaro ao parabenizar Trump.
Apesar das declarações esperançosas, o caminho de volta de Jair Bolsonaro ao Palácio do Planalto tem um enorme empecilho: a inelegibilidade. O ex-presidente tornou-se inelegível por 8 anos em junho do ano passado após levantar dúvidas sobre a lisura do processo eleitoral e das urnas eletrônicas em reunião com embaixadores estrangeiros.
A expectativa do seu eleitorado é que isso seja revertido, principalmente agora diante da vitória de Trump. Antônio Celso Baeta Minhoto, mestre em direito político e econômico, explicou, porém, que não existe uma relação direta.
“A eleição de Trump não influencia de modo direto a questão da inelegibilidade de Bolsonaro, uma questão hoje judicializada, mas cria, digamos, um ânimo extra na direita brasileira que pode se movimentar com maior volúpia e assertividade em relação aos seus objetivos, sendo o principal deles a volta à presidência do país em 2026”, destacou Minhoto.
O cientista político Luiz Bueno pontuou ainda que, diferente de Trump, Bolsonaro sequer pode sair do país por estar com o passaporte retido.
“A sua intenção de participar da posse de Donald Trump pode nem se quer se materializar. Nesse sentido, portanto, os fatos não apoiam a afirmação de que ‘o que acontece nos EUA, acontece aqui’. O comportamento da Justiça brasileira em relação à Justiça norte-americana é um comportamento diferente, assim como do Congresso Nacional, que não apoiou iniciativas mais radicais de Bolsonaro”, avaliou Bueno.