Grandes investidores, ou melhor, os tubarões do mercado financeiro, têm manifestado seus receios em relação aos gastos públicos. A título de exemplo, o presidente e diretor da Verde Asset, Luis Stuhlberger, chegou a declarar que se culpava por ter acreditado que o PT — partido político do presidente Luiz Inácio Lula da Silva — “teria seriedade fiscal”.
Segundo ele, a “ficha caiu” quando, além de mudar as metas para os resultados das contas primárias dos próximos anos, o governo enviou o projeto orçamentário de 2025, que ele declarou ser uma “peça de ficção” ao prever uma elevação de despesas no limite do marco fiscal (2,5%), sob a hipótese de que as receitas vão crescer 3,5%.
Na perspectiva de Mario Sabino, colunista do “Metrópoles”, os ditos “tubarões do mercado financeiro” seguem expressando um descontentamento com o governo baseado “em nada”. “Ou pior, em retrospecto negativo”, acrescentou.
O que há por trás das preocupações dos Tubarões do mercado?
Não é a primeira vez que investidores com aplicações no mercado nacional têm demonstrado desconforto em relação à condução do governo em relação à política monetária e à saúde fiscal.
O governo federal declarou, no início de março, que observa um equilíbrio nas despesas. Contudo, o bloqueio de R$ 2,9 bilhões no Orçamento deste ano pode não convencer o BC (Banco Central) e os investidores de que a meta será cumprida.
Em meados de maio, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que as mudanças nas metas fiscais poderiam tornar mais difícil o trabalho da autoridade monetária. A fala ocorreu após o governo Lula (PT) anunciar que a meta para 2025 saiu do superávit de 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) para o déficit zero.
“Dito isso, o mercado tinha uma expectativa muito pior do que a meta. Mas eu tenho dito que o ideal não é mudar a meta e sim garantir que haverá todo o esforço possível para atingi-la”, declarou Campos Neto, de acordo com a “Carta Capital”.