Mercado

Tupy (TUPY3): ministros no Conselho se destacam por falta de experiência

Ao final da manhã desta segunda (28), os papeis do companhia acumulavam baixas de -3,13%

Os ministros do governo Lula, Anielle Franco, da Igualdade Racial, e Carlos Lupi, da Previdência, passaram a fazer parte do conselho de administração da Tupy (TUPY3), multinacional brasileira de metalurgia, após a renúncia de dois membros. Os nomes dos dois se somam aos cerca de 50 aliados do governo Lula que já acumulam cargos em estatais e se destacam pela falta de experiência no setor.

No currículo divulgado pela Tupy, Franco é educadora, bacharel em Jornalismo e inglês pela Universidade Central de Carolina do Norte e bacharel-licenciada em inglês pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. A ministra é mestre em relações étnico-raciais (CEFET/RJ) e doutoranda em linguística aplicada (UFRJ).

Já Lupi é formado em Administração com licenciatura plena em Administração, Economia e Contabilidade pela Faculdade do Centro Educacional de Niterói.

Para Jansen Costa, sócio da Fatorial Investimentos, a indicação dos ministros é um “destaque negativo” para a mercado processar nesta segunda-feira (28). “As ações (da Tupy) operam em baixa com relação a indicação de dois conselheiros novos sem experiência por parte do BNDES”, salientou. Às 12h34 desta segunda, os papeis do companhia acumulavam baixas de -3,13%.

A indicação de Lupi e Franco veio de um dos acionistas da companhia, a BNDES Participações S.A. (BNDESPar), que detém atualmente 28,2% das ações da empresa. A outra parcela é detida pela Previ (24,8%), Trígono Capital (10,0%) e demais acionistas que possuem mais de 5%, que representam 36,9% da estrutura acionária da empresa.

A Tupy comunicou que a escolha de ambos os candidatos ocorreu após uma avaliação da sua conformidade com a Política de Indicação de Membros do Conselho de Administração, assim como a avaliação da compatibilidade com as diretrizes do Novo Mercado e do Estatuto Social da empresa.

O impacto que os novos membros podem ter na companhia, no entanto, parece ser mínimo em curto prazo. Segundo Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, o conselho, composto por nove integrantes ao todo, deve continuar “tocando” a empresa da forma que já faziam.

“Quando você tem uma indicação de nomes que não tem uma experiência no setor, isso costuma ser negativo para o papel. Na estrutura da companhia existem nove conselheiros, então fica difícil falar se a nomeação dos ministros vai ter algum impacto mais efetivo. Eu até acho que não, houve a troca de dois dos nove, então os outros sete são os membros que tocavam antes”, avaliou.

Aliados e ministros do governo nomeados a conselhos de estatais

Além de Anielle Franco e Carlos Lupi, o governo Lula já nomeou pelo menos 52 aliados e ministros para conselho de administração em estatais.

Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, os conselheiros das empresas públicas recebem valores que variam entre R$ 2 mil e R$ 34 mil. Alguns exigem participação em uma única reunião por mês ou bimestre.

Só para a Itaipu, Lula nomeou Gleide Andrade, secretária de Finanças do PT, e cinco ministros: Fernando Haddad (PT), Rui Costa (PT), Alexandre Silveira (PSD), Esther Dweck e Mauro Vieira.