Inflação

UBS BB espera inflação a 3% ao final do ano

Segundo o banco, grandes surpresas negativas são esperadas para o segundo trimestre

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UBS / Foto: Divulgação

Após uma inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 0,83% em fevereiro, acima das expectativas do mercado e influenciada por efeitos sazonais na educação, o UBS BB mantém sua confiança no processo de desinflação em andamento e projeta um indicador abaixo do consenso esperado.

O UBS BB acredita que o indicador deve atingir 3% até o final deste ano, enquanto o último Boletim Focus do Banco Central indica uma expectativa de 3,77%. Segundo o banco, grandes surpresas negativas são esperadas para o segundo trimestre.

Os economistas avaliam que o núcleo da inflação ainda pode ser menor, especialmente devido aos setores industriais, com uma previsão de inflação na indústria próxima de zero. Isso, juntamente com os custos de alimentação dentro de casa, contribui para a diferença em relação às projeções da pesquisa Focus.

Os economistas Rodrigo Martins, Alexandre de Azara e Fabio Ramos projetam uma inflação abaixo de 4% ao ano a partir de março, com uma desaceleração para cerca de 0,2% na ausência dos efeitos da educação e do imposto sobre a gasolina.

A tendência seria de uma desaceleração mais rápida a cada mês, permitindo que o IPCA alcance 3,5% até junho, 3,1% até setembro e 3% até o final do ano, permanecendo dentro do centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com uma margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

IPCA: gasolina, educação e telefonia pressionaram o indíce

O índice inflacionário medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), o IPCA, cresceu 0,83% no mês de fevereiro. Nesse período, a gasolina, a educação e a telefonia foram os aspectos de maior pressão para a alta.

O IPCA é utilizado pelo governo como meta oficial da inflação e veio acima do esperado pelo mercado. Nesse cenário, o combustível se mostrou o principal influenciador, pois o preço médio subiu 2,93%, equivalente a 0,14 ponto percentual (p.p.) do total da taxa.

Sendo assim, apenas a gasolina representou 16,8% do IPCA de fevereiro, de acordo com o Valor Econômico. Uma das mudanças no cenário político-econômico que refletiram nesses níveis foi o aumento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), desde o dia 1º do mês.