Apesar das interrupções significativas no transporte marítimo global, o UBS divulgou um relatório nesta quinta-feira (18), indicando que o impacto do aumento dos custos logísticos na inflação deve ser limitado. O banco compartilhou essas análises com seus clientes e o mercado.
Segundo os economistas Arend Kapteyn, Pierre Lafourcade e Alan Detmeister, os custos globais de envio aumentaram em 115% desde meados de novembro, chegando a alcançar até 250% em determinadas rotas China–Europa.
A elevação dos custos de envio é atribuída aos ataques de militantes Houthi no Iêmen a navios que atravessam o Mar Vermelho. Esses ataques têm exigido desvios nas rotas, resultando em alternativas comerciais através do Canal de Suez e do Estreito de Bab el-Mandeb.
Os economistas observam que, apesar dos riscos, a situação atual não se assemelha à relatada durante a pandemia de Covid-19.
“Diríamos que a perturbação do Mar Vermelho é muito menos impactante do que o que aconteceu com as cadeias de abastecimento na pandemia porque não há escassez de abastecimento (por exemplo, escassez de chips para produzir bens); não há excesso de demanda por bens (os padrões de gastos pandêmicos se dissiparam) e não há escassez de contêineres (o comércio global está em recessão)”, detalham.
Por fim, o UBS destaca que, mesmo em caso de atrasos na entrega, a situação seria uma questão de dias, e não de meses ou trimestres.
Petrobras (PETR3): UBS BB tem visão otimista sobre dividendos
Analistas do UBS BB (BBAS3) afirmaram que estão entre os otimistas em relação aos dividendos da Petrobras (PETR3; PETR4), embora tenham ponderado sobre uma situação quase binária para a tese de investimento na petrolífera no curto prazo, especialmente relacionada à distribuição de proventos da empresa de controle estatal.
“A ‘bullish’ – onde estamos – é que a empresa anunciará dividendos extraordinários, prevendo dividendos para o quarto trimestre de 2023 em 6,5 bilhões de dólares – yield de 6,3% – e em 2024 com yield de 17%”, afirmam Luiz Carvalho e equipe em relatório enviado na véspera.
Eles justificam essa opinião com base na expectativa de que o governo irá solicitar dividendos da Petrobras para contribuir com o desempenho fiscal do país. Essa perspectiva é respaldada, em parte, pelas estimativas presentes no Orçamento de 2024 relacionadas aos dividendos das empresas públicas.
O cenário pessimista (“bear case”), conforme apontado pelos analistas, é aquele em que a Petrobras distribua dividendos apenas com base em sua política de 45% do fluxo de caixa livre (FCF). Isso implica um rendimento de dividendo de 13,1% para 2024 e de 3,2% para o quarto trimestre de 2023.
Carvalho e sua equipe mencionam que o orçamento do governo para 2024 incorpora uma expectativa de 41,4 bilhões de reais em dividendos das empresas públicas. Eles destacam que há duas maneiras de interpretar o montante implícito da Petrobras.
Eles analisam que se a empresa anunciar um rendimento de 6% com os lucros do quarto trimestre, isso seria uma surpresa bastante positiva em relação ao consenso. No entanto, isso implicaria que os rendimentos nos três primeiros trimestres de 2024 seriam aproximadamente de 2% a 3% por trimestre.