UE investirá 300 bilhões de euros para acabar com dependência energética russa

O aporte deve incluir 10 bilhões de euros para infraestrutura de gás, 2 bilhões de euros para petróleo e o restante do dinheiro para a energia limpa

A UE (União Europeia) decidiu angariar até 300 bilhões de euros em investimentos até 2030 para acabar com a dependência do bloco em relação ao petróleo e gás russos, de acordo com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, na última quarta-feira (18).

O aporte deve incluir 10 bilhões de euros para infraestrutura de gás, 2 bilhões de euros para petróleo e o restante do dinheiro para a energia limpa. O bloco também irá propor metas mais altas para a zona do euro em relação à energia renovável e economia de energia até 2030.

A Comissão Europeia quer que 45% de toda a energia consumida no bloco venda de fontes renováveis em 2030. Neste ano, apenas 22% da matriz energética comunitária europeia vem de fontes renováveis.

A UE pretende aplicar uma lei que facilite o licenciamento para projetos de energia solar e eólica, e obrigar os países a instalarem estruturas de painéis solares em novos empreendimentos e prédios públicos até 2027, e em novas unidades residenciais até 2029.

“O RePowerEU nos ajudará a economizar mais energia para acelerar a eliminação do combustível fóssil e, o mais importante, impulsionar os investimentos em uma nova escala”, afirmou Von der Leyen. “Então, eu diria que esta será a cobrança rápida do nosso Pacto Verde Europeu.”

A proposta da zona do euro também prevê a elevação para o dobro da sua capacidade de geração de energia por fontes renováveis, chegando a até 1,236 GW em 2030. Existem planos para cortar até 13% do consumo de energia em 2030. A meta atual é cortar 9%.

UE: Rússia fornece 40% do gás consumido na zona do euro

A UE depende muito da Rússia para estabilizar a sua matriz energética. Moscou fornece 40% do gás e 27% do petróleo consumidos no bloco europeu. Em meio a guerra dos russos com a Ucrânia, a UE se mostrou a favor de Kiev e forneceu apoio financeiro e militar aos ucranianos, além de sanções contra Moscou.

Com isso, a Rússia passou a ameaçar cortes bruscos de energia aos europeus e exigiu que os países da UE pagassem em rublos pelo gás.

“Há uma dupla urgência para se transformar o sistema energético europeu: colocar fim a dependência dos combustíveis fósseis russos, que são usados como uma arma energética e política, que custa aos contribuintes europeus quase 100 bilhões de euros por ano; e atacar a crise climática”, acrescenta o comunicado da UE.

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