A Ultrapar (UGPA3), controladora da Ultragaz, criticou nesta quinta-feira (14) a proposta da ANP (Agência Nacional do Petróleo) para flexibilizar regras na distribuição de gás de cozinha.
As mudanças permitiriam o envase fracionado de botijões e o fim da exclusividade de marca no abastecimento, hoje restrito às empresas proprietárias dos recipientes.
“A gente quer que a regulação evolua, não retroceda”, disse o presidente da Ultragaz, Tabajara Bertelli, em teleconferência sobre os resultados do segundo trimestre.
Segundo a companhia, a medida traria “maior custo e menor segurança” e abriria espaço para “fraudes, entrada de empresas sem investimento e sonegadores de impostos”.
O presidente da Ultrapar, Rodrigo Pizzinatto, defendeu que “essa proposta não deve ser implementada” e destacou que o lucro da empresa na venda de gás de cozinha é de cerca de R$ 2 por botijão.
Ele apresentou dados do primeiro semestre mostrando que, dos R$ 108 cobrados por um botijão de 13 kg, R$ 38 correspondem ao preço do produtor, R$ 18 a impostos e R$ 22 à margem da distribuição, além de frete, custos e margem das revendas.
Bertelli também comentou o retorno da Petrobras ao mercado de GLP, avaliando que a presença da estatal pode reforçar o desenvolvimento do setor.
Na frente financeira, Pizzinatto afirmou que a Ultrapar considera confortável manter alavancagem entre 1 e 1,5 vez dívida líquida sobre Ebitda ajustado.
No primeiro semestre, o índice foi de 1,7 vez, mas a meta é encerrar 2025 próximo de 1,4 vez, patamar registrado no ano passado.
Caso atinja esse nível e não tenha projetos relevantes para investir, a empresa deve aumentar o pagamento de dividendos.