Uma das instituições financeiras credoras da Unigel, o Goldman Sachs, apresentou um pedido de impugnação ao plano de recuperação extrajudicial da petroquímica, que já havia sido aprovado por maioria, segundo apuração do “Valor”.
Há uma cláusula especifica que o banco questiona, segundo a instituição ela seria “abusiva” e “ilegal”. Além disso, o Goldman argumenta que o mecanismo previsto neste item é prejudicial aos credores da Unigel que receberam parcialmente seus créditos.
Ao passo que benefícia os detentores de bônus, que detém a maior parte da dívida de R$ 4,14 bilhões que a empresa tenta repactuar. O banco apresentou a impugnação à 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central de São Paulo, na semana passada, segundo o veículo.
O Goldman pede que a cláusula 15.15 seja anulada para que, a partir de então, o plano de recuperação extrajudicial da Unigel possa ser homologado.
Goldman Sachs indica que claúsula seria uma manobra de “Crawback”
O título de dívida que a instituição detém poderia ser executado conta a Unigel, porém, em agosto, o banco firmou um aditivo assumindo o compromisso de não execução até 10 de outubro.
Enquanto isso, parte do compromisso da companhia com o Goldman já foi quitado, em 14 de agosto, mediante pagamento de R$ 13,6 milhões, que representam cerca de 10% do principal da dívida de R$ 136,36 milhões.
O banco apontou que, pela cláusula 15.15, a Unigel vai deduzir os valores pagos a credores que conseguiram a amortização parcial de seus créditos, englobando os R$ 13,6 milhões que recebeu, do total de novos títulos que serão entregues a partir da reestruturação das dívidas, de acordo com o “Valor’.
O Goldman também indicou que com esse item será possível que a petroquímica recupere indiretamente os recursos pagos, uma prática também chamada de “clawback” no mercado. Além disso, os “bondholders” seriam beneficiados em detrimento dos demais credores.
Um grupo de debenturistas, que se posicionou contra o plano de RE da Unigel, se prepara para pedir impugnação até o dia 1º de agosto, prazo final previsto no processo. Após a data a empresa terá 5 dias para se manifestar, apurou o jornal.
Fontes afirmam que, ao contrário do que diz o Goldman Sachs, a cláusula tem por objetivo estabelecer tratamento isonômico a todos os credores, e o pedido de impugnação não compromete o plano como um todo.
“É um item que vai ser debatido dentro da recuperação extrajudicial”, disse uma fonte próxima à Unigel.