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Unigel: investidores do exterior são avisados sobre possível default

A falta de informações acendeu um alerta nos investidores do exterior da Unigel

A falta de informações acendeu um alerta nos investidores do exterior da Unigel. De acordo com o “Valor Econômico” donos de títulos de dívida (bonds) da petroquímica foram avisados sobre um possível “default” da companhia devido à falta do envio de demonstrações financeiras.

Em comunicado enviado na última quinta-feira (7), o BNY Mellon, que atua como agente fiduciário da oferta, disse que a empresa não enviou as informações trimestrais que deveriam ser entregues até 30 de agosto.

Pelas regras da oferta, se a inadimplência continuar por um período superior a 60 dias, os investidores poderão declarar o chamado “evento de inadimplência”, que poderia, por exemplo, forçar um vencimento antecipado da operação.

A Unigel tem US$ 530 milhões em bonds, sendo US$ 420 milhões emitidos em 2019 e US$ 110 milhões em 2021. Ambas as operações têm vencimento em 2026.

A companhia, que lida atualmente com uma crise financeira, tem negociado também com debenturistas que se movimentam em busca de potenciais compradores da empresa ou de ativos industriais.

Unigel retoma atividade em Sergipe; na Bahia não há previsão

A Unigel retomou a produção de fertilizantes na fábrica de Laranjeiras (SE). O anúncio foi feito pelo governo do estado no final de agosto. Há algumas semanas, a empresa comunicou que a unidade seria reaberta somente em setembro.

A fábrica estava com as atividades suspensas desde abril, por conta do preço do gás natural, principal matéria-prima utilizada.

Em comunicado emitido no mês passado, Roberto Noronha Santos, CEO da Unigel, informou que a movimentação acontece após discreta melhoria do ciclo petroquímico como um todo. “O cenário da indústria química ainda se mostra desafiador, mas nós entendemos que é um momento de retomar as atividades de forma gradual e responsável. Prevemos um aumento da demanda de ureia até o final do ano em razão da próxima safra de inverno”, explica Roberto.

Enquanto isso, a unidade em Camaçari (BA) – inativa desde junho – continua sem previsão de retomada das atividades. Uma fonte informou ao BP Money que não houve avanço nas negociações para que a Petrobras (PETR4) assuma a operação da fábrica.

Conforme a fonte, a empresa apresentou uma proposta de lay off aos trabalhadores e o Sindiquímica – entidade que representa a categoria – fez uma contraproposta que está sendo analisada.

Os funcionários temem que a empresa promova demissões em massa caso o impasse com a Petrobras continue.