Mercado

Unigel nega intenção de pedir recuperação judicial

Petroquímica afirmou que conversas com credores avançaram “significativamente” nos últimos dias

Após os rumores de que iria fazer o pedido de recuperação judicial, a Unigel emitiu nota nesta terça-feira (6), afirmando que as conversas com credores avançaram “significativamente” nos últimos dias e negou que vá recorrer à medida.

A petroquímica, que tenta renegociar as condições de R$ 3,7 bilhões em dívidas, ainda não chegou a um acordo com os credores e está protegida, judicialmente, contra eventuais execuções até a próxima semana. Conforme o grupo, as negociações devem ser concluídas “em breve”.

“Em face às especulações veiculadas na imprensa recentemente, a Unigel informa que não há nenhuma intenção de realizar pedido de recuperação judicial”, informou.

“A empresa segue acreditando que o acordo é a melhor solução para todas as partes”, acrescentou.

Segundo fonte ouvida pelo Valor, até ontem (5), não havia consenso entre credores e companhia, que já se preparava para uma potencial recuperação judicial, medida que até então era vista como última alternativa.

Preparação para pedido

De acordo com fontes ouvidas pelo Bloomberg, a Unigel avalia recorrer à recuperação judicial em função da paralisação das negociações com credores.

A fabricante de produtos químicos recebeu uma proteção judicial de 60 dias contra credores por um tribunal em 14 de dezembro, mas um processo de mediação não resultou em um acordo. A Unigel preferiu não comentar o caso.

Os detentores de títulos locais declararam o vencimento antecipado de algumas notas no ano passado, desencadeando uma aceleração da dívida da produtora de fertilizantes e levando a empresa a procurar proteção judicial.

A companhia — que também mantinha negociações separadas com detentores de títulos externos — foi colocada em inadimplência pela S&P Global Ratings em novembro, após não fazer o pagamento de juros de títulos de US$ 23,2 milhões.

A Unigel é propriedade da família bilionária Slezynger. As suas notas em dólares com vencimento em 2026 foram negociadas perto do valor nominal até maio, quando a empresa anunciou que os seus lucros do primeiro trimestre tinham despencado devido à queda dos preços dos fertilizantes a nível mundial e às elevadas taxas de juro internas.

Os títulos eram negociados por cerca de 33,5 centavos de dólar em novembro, segundo dados do Trace.