Mercado

Unigel pede proteção judicial contra execução de dívidas

Objetivo de se proteger contra a execução de dívidas por até 60 dias

A Unigel acionou a Justiça paulista nesta segunda-feira (11) com um pedido de tutela de urgência cautelar, com o objetivo de se proteger contra a execução de dívidas por até 60 dias.

A companhia também pediu a abertura de processo de mediação com credores financeiros, em busca de novas condições para o pagamento de US$ 630 milhões (pouco mais de R$ 3 bilhões ao câmbio atual). As informações são do “Valor”.

Segundo fontes próximas às negociações, as conversas com os detentores de US$ 530 milhões em bônus emitidos pela companhia no mercado internacional têm corrido bem, mas a decisão dos debenturistas de declarar vencimento antecipado elevou a pressão e motivou o pedido da Unigel, que segue descartando uma eventual recuperação judicial.

O pedido foi feito na 2ª Vara Empresarial da Comarca de São Paulo, no mesmo dia em que a Assembleia Geral de Debenturistas (AGD) delibera sobre o início dos procedimentos para execução da dívida.

Os detentores desses títulos, que venceriam em 2027, declararam vencimento antecipado na semana passada porque não tiveram acesso às demonstrações financeiras da Unigel relativas ao segundo trimestre deste ano, que confirmariam que a empresa descumpriu uma cláusula (covenant) relativa ao limite de alavancagem financeira, de 3,5 vezes pela relação entre dívida líquida e Ebitda.

Em dificuldades financeiras, a companhia também deixou de pagar juros referentes a essas debêntures.

Resposta

Em nota, a Unigel informou que o pedido busca “garantir a continuidade das negociações e suspender eventuais ações e atos de execução” de compromissos financeiros.

“Esse período será importante para costurar novos acordos no âmbito do plano de readequação da estrutura de capital da companhia, que envolve venda de ativos específicos, discussões estratégicas e negociações com principais credores”, disse, na nota, o presidente da petroquímica, Roberto Noronha Santos.

Conforme Noronha, apesar da decisão recente dos debenturistas, “as negociações com os principais credores seguem de forma construtiva”.

“O processo de mediação garante um ambiente organizado para que possamos continuar as tratativas com os demais credores de forma estruturada, visando uma solução negociada, que entendemos ser a melhor alternativa para todas as partes envolvidas”, acrescentou.