Unipar (UNIP6): analistas de mercado temem proposta da companhia

Os analistas de mercado afirmam que a conta fecha em R$ 21 bilhões e não somente R$ 10 bilhões, assim como foi divulgado ao mercado

Analistas de gestoras e bancos de investimentos questionam se a Unipar (UNIP6) detém estrutura financeira o suficiente para cumprir a oferta da proposta para adquirir a Braskem (BRKM5), que atualmente, pertencente à Novonor (ex-Odebrecht).

Visão dos analistas

Entre os questionamentos, analisadas do mercado indagam como a Unipar conseguirá levantar ao menos R$ 10 bilhões no mercado com um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) de R$ 2,6 bilhões. 

Além disso, eles questionam com a Unipar como conseguirá renegociar mais R$ 4 bilhões em dívidas com os bancos credores e fazer uma oferta pública para comprar outros R$ 7 bilhões em ações dos minoritários da Braskem. 

Desse modo, os analistas de mercado afirmam que a conta fecha em R$ 21 bilhões e não somente R$ 10 bilhões, assim como foi divulgado ao mercado.

De acordo com a proposta da Unipar, a estatal detém interesse em trocar ativos hoje da Braskem por ações, o que reduziria bastante o valor dessa operação.

No entanto, os analistas do mercado seguem abismados com a proposta, destacando que o Ebitda da Unipar equivale às despesas que a Braskem teve ano passado somente com a reparação do acidente geológico de Maceió (AL), onde as minas de sal-gema da companhia causaram o afundamento de bairros inteiros.

Controlador da Unipar comenta proposta

O controlador da Unipar, Frank Abubakir explicou ao mercado que sua empresa não detém dívidas, portanto, poderia elevar o endividamento da companhia até quatro vezes o seu Ebitda. E mesmo assim, não haveria problema para a companhia, segundo ele, poderia levantar R$ 10,4 bilhões com empréstimos caso houvesse necessidade. 

Abubakir ainda destacou que a dívida de R$ 4 bilhões corresponde à Novonor, sendo assim, acredita que não terá que desembolsar esse valor. Em relação aos R$ 7 bilhões de tag along, que consiste na obrigação de estender a mesma oferta dos controladores para os acionistas minoritários interessados em vender seus papéis, o controlador da Unipar, afirmou que isso dependerá dos planos da Petrobras (PETR3, PETR4) na Braskem.