No último final de semana, a proposta da Unipar (UNIP6) pela compra da Braskem (BRKM5), foi anunciada ao mercado, no entanto, por ora, o desfecho da oferta de compra segue incerto e promete ser um longo caminho.
Uma vez que, os especialistas que acompanham a negociação de perto, apontam muitos obstáculos a serem superados pelos competidores que já se encontram na disputa, antes da Unipar.
Além de terem outros playeres disputando a Braskem a produtora de PVC, já se colocou formalmente no páreo o fundo americano Apollo junto com a petroleira estatal dos Emirados Árabes Adnoc. Sendo assim, pode se traduzir em ajustes nas ofertas em termos de preço e condições. Contudo, também pode impedir um desfecho favorável aos potenciais compradores. A J&F, também é um outro competidor pela disputa da Braskem, que já mostrou interesse, mas não apresentou uma oferta, até o momento.
Proposta da Unipar
A proposta feita pela Unipar pela aquisição da Braskem animou bastante o mercado, isso porque, configurou um prêmio de aproximadamente 42% sobre o preço da ação da Braskem. Entretanto, para fontes ouvidas pelo InfoMoney, parece um passo muito grande para o porte da empresa.
Nesse sentido, a companhia informou que está disposta a pagar pelos 38% do capital detidos pela Novonor (ex-Odebrecht) R$ 36,5 por ação, o equivalente a R$ 10 bilhões, em “cash”.
No entanto, a conta pode ser ainda mais alta. Dado que, os acionistas minoritários têm direito a tag along, direito de venda dos papéis pelo mesmo valor oferecido ao controlador, a empresa pode ter que desembolsar outros R$ 7 bilhões.
Neste cenário, a Petrobras (PETR3; PETR4), seguiria como sócia na Braskem. Vale lembrar que a petroleira tem direito de preferência, isto é, pode tanto vender sua participação como comprar o ativo pelo mesmo preço acertado com o potencial comprador.
Um fator que pode inclusive ser empecilho para a compra da companhia, é que a Unipar detém atualmente, um caixa de cerca de R$ 1,4 bilhão, e uma dívida de proporção equivalente. Sendo assim, a compra da Braskem pressupõe o endividamento da companhia, seja junto ao mercado de capitais, seja junto a bancos.