Repercussão de balanço

Usiminas (USIM5) atribui 2TRI24 ruim ao câmbio e aumentará valor do aço

A depreciação do real pressiona os custos de insumos e matéria-prima

Foto: Usiminas / Divulgação
Foto: Usiminas / Divulgação

A Usiminas (USIM5) demonstrou um prejuízo líquido de R$ 100 milhões no 2TRI24, o que fez as ações despencarem 23,31%, no pregão desta sexta-feira (26). Em teleconferência, a empresa atribuiu os resultados ruins à desvalorização do real frente ao dólar e à alta importação do aço.

Além disso, a Usiminas comentou sobre a operação do alto forno 3, da usina Ipatinga (MG), cujo equilíbrio de funcionamento só foi alcançado recentemente, após a reforma no ano passado. 

“O primeiro semestre de 2024 estávamos focados na estabilidade operacional, no rump up do alto-forno 3, coisa que finalizamos no final do semestre”, disse Marcelo Chara, CEO da Usiminas. 

“Tivemos também alguns impactos, como efeitos não recorrentes das mudanças no câmbio, com depreciação entre o real e o dólar”, afirmou, de acordo com o “InfoMoney”.

A depreciação do real pressiona os custos de insumos e matéria-prima, que tem alto componente do dólar, incluindo carvão coque, minério e semi-elaborados, segundo o CEO.

“A variação do câmbio tem um efeito. Em torno de 60% dos custos estão vinculados ao dólar. Mas do ponto de vista operacional e de produtividade, a gente vem avançando na planta de Ipatinga em torno da estabilização do alto-forno 3”, comentou Thiago Rodrigues, CFO da Usiminas.

“A expectativa é de melhoria pelo custo de transformação. Agora, o câmbio vai ter um papel muito importante. O câmbio médio no segundo trimestre ficou em R$ 5,21, saindo um pouco a baixo de R$ 5 no primeiro trimestre. Esse efeito no segundo foi percebido de forma muito forte”, prosseguiu com a explicação.

Preço do aço vendido pela Usiminas (USIM5) deve aumentar ainda neste trimestre

Num cenário de câmbio médio no terceiro trimestre por volta de R$ 5,50, chegando a R$ 5,60, disse o CFO da Usiminas, vai ficar difícil compensar 100% dos efeitos.

“O patamar atual não dá para afirmar que vai haver compensação desse efeito”, acrescentou.

Marcelo Chara prevê elevação do volume no mercado interno, seguindo um esperado maior nível de atividade econômica. 

“No cenário internacional, indicam poucas oportunidades do mercado de exportação, exceto nos mercados regionais, com produtos de alto valor agregado”, disse o CEO da Usiminas.

Chegou a hora de revisar o preço do aço vendido pela empresa, por conta da forte pressão nos custos de insumos e matéria-prima, afirmou o executivo. Esse aumento deve ficar entre 5% a 7%, com aplicação ainda neste semestre, segundo a Usiminas.