O Goldman Sachs aumentou sua sugestão para Usiminas (USIM5), cujos papéis tiveram alta de 11% no acumulado do ano, de neutra para compra, à medida que os investidores ganham confiança no aumento da produção do alto-forno recentemente reformado e na consequente redução nos custos. O banco também revisou para cima o preço-alvo, passando de R$ 8 para R$ 14, representando um potencial de crescimento de 38% em relação ao último fechamento.
Entretanto, segundo o banco, as discussões com investidores sugerem que a extensão dessa melhoria é incerta e difícil de prever, resultando em baixa convicção do consenso no momento.
Nos últimos anos, os custos de transformação de aço da Usiminas (USIM5) aumentaram consideravelmente e ultrapassaram os de empresas comparáveis (um aumento de US$ 150/tonelada [t] na diferença de custo em relação à média dos concorrentes entre 2017-22 e um aumento de US$ 500/t em relação à CSN nos últimos 12 meses até o 3T23), conforme os cálculos do Goldman.
A instituição financeira atribui essa discrepância ao alto-forno envelhecido da Usiminas, que já operava abaixo de sua capacidade e tinha um consumo de matéria-prima mais elevado (sendo muito ineficiente).
Usiminas (USIM5) x CSN (CSNA3): briga de gigantes na siderurgia
Em 2023, o setor de siderurgia no Brasil sentiu os impactos do aumento significativo das exportações chinesas de aço. As consequências da exposição aos produtos vindos do País asiático foi refletida nos resultados trimestrais ao longo do ano, que vieram abaixo do esperado pelo mercado e piorados em comparação com o 2022.
Porém, no mercado de ações, duas empresas do setor performam bem neste ano. Os papéis da CSN (CSNA3) valorizaram 46,35% desde janeiro. No fechamento do Ibovespa desta terça-feira (19), a companhia avançou 0,91%, a R$ 18,70.
“Depois de uma longa tendência de queda, as ações da CSN engataram uma forte alta desde o final de outubro, se valorizando 80%”, destaca o especialista em finanças e investimentos, Hulisses Dias.
O especialista atribuí o desempenho ao alto nível de alavancagem da empresa. “No Investor Day realizado na semana passada, o CEO Benjamin Steinbruch mencionou que para fazer frente a alavancagem a CSN venda ou realize uma cisão de alguns de ativos, colocando na Bolsa as verticais de cimentos, siderurgia, logística e energia, mantendo a CSN como uma holding enxuta”, disse.
Dias ressalta que no resultado do terceiro trimestre de 2023, o destaque foi para a geração de caixa, contribuindo para fazer frente aos níveis atuais de alavancagem da companhia. “A queda nas taxas de juros futuras e o aumento das cotações do minério de ferro contribuíram para a alta expressiva das ações no último mês”, acrescentou.