A Usina Ester entrou com pedido de recuperação judicial na segunda-feira (15) alegando dificuldades para manter os compromissos de curto prazo, segundo apurou o BP Money.
Embora a indústria de Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagros), tem crescido cada vez mais, ainda que com a força do agronegócio e sua popularidade, os ativos do setor ainda podem ser prejudicado pelo ‘’fantasma” que assombra a renda variável desde o início do ano: a recuperação judicial. Assim como, a Usina Ester.
Nesse sentido, os fundos XP Crédito Agro (XPAG11) e XP Crédito Agrícola (XPCA11) foram notificados assim que a devedora de Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) entrou com o pedido. Dado que ambos os fundos detém a devedora no portfólio.
Desse modo, o XPAG11, que é negociado exclusivamente pela XP, detém cerca de R$ 23,7 milhões em títulos da usina. Ou seja, 1,63% de seu patrimônio líquido. Por outro lado, o XPCA11 está menos exposto, com R$ 5 milhões investidos no CRA, com peso de 1,16% no PL.
Na última sexta-feira (12), foi emitido um comunicado ao mercado, em que destaca que os Fiagros, bem como, os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRIs), detém garantias para acionar em casos como, um pedido de recuperação judicial.
Em suma, o fundo da Usina Ester é titular de 5.000 CRA, que na data do último fechamento contábil, no dia 28 de abril, resultam no valor aproximado de R$ 5.000.000,00 representando 1,16% do patrimônio líquido do Fundo, na data da última quarta-feira (10).
Sendo assim, no âmbito do CRA foram constituídas garantias reais, incluindo alienação fiduciária de soqueiras, com a figura de fiel depositário exercida pela Control Union e a hipoteca de bens imóveis, de forma que o Fundo adotará e realizará o acompanhamento processual da Recuperação Judicial.
Além disso, considerando a última distribuição do Fundo, sob o regime caixa, os proventos decorrentes do CRA correspondem a R$ 0,0015 por cota. Considerando 45.523.076 cotas de emissão do fundo da Usina Ester nesta data.
XP Investimentos (XPBR31) lucra R$ 796 milhões no 1T23
A XP Investimentos (XPBR31) divulgou nesta segunda-feira (15) seu balanço do primeiro trimestre de 2023. A companhia reportou lucro líquido de R$ 796 milhões entre janeiro e março, queda de 7% em relação ao mesmo período do ano passado.
Já a receita líquida somou R$ 3,13 bilhões nos primeiros três meses deste ano, praticamente estável sobre o desempenho do mesmo período de 2022.
A rentabilidade sobre o patrimônio líquido (ROAE), por sua vez, recuou de 22,8% no início do ano anterior para 18,7% no primeiro trimestre de 2023.
O grupo XP totalizou R$ 954 bilhões em ativos de clientes ao final de março deste ano, avanço de 9% na comparação anual. Já a captação de recursos recuou 65%, para R$ 16 bilhões.
Por outro lado, a base de clientes ativos foi de 4 milhões entre janeiro e março deste ano, alta de 13% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. O número de funcionários caiu 3% no período, para 6,15 mil. Já os agentes autônomos de investimentos credenciados na plataforma subiram 21%, para 13 mil.
“A recuperação da atividade de clientes e melhor performance da rede de assessoria em relação ao quarto trimestre foram os principais fatores que levaram a uma melhora sequencial, apesar do cenário macroeconômico ainda muito desafiador”, disse a XP no balanço.
No primeiro trimestre de 2023, as operações com cartões de crédito avançaram 90%, para um volume de transações de R$ 8,6 bilhões. A carteira de crédito da XP, por sua vez, subiu 52%, para R$ 17,5 bilhões.