
Apesar de não ser uma grande exportadora de minério para os EUA, a Vale (VALE3) entende que pode ser afetada por efeitos secundários das tarifas de importação implementadas por Donald Trump. Na semana passada, o presidente americano assinou ordens que impõem tarifas de 25% sobre alumínio e aço.
“Entendemos que existe um efeito secundário de arrefecimento de demanda mundial que pode gerar algum impacto”, admitiu Gustavo Pimenta, CEO da Vale. O executivo falou em coletiva de imprensa para comentar os resultados da companhia no quarto trimestre de 2024.
Anteriormente, os agentes do mercado financeiro já vinham precificando que a mineradora não sofreria impactos diretos da taxação, mas ainda se preocupavam com uma possível queda nas exportações de aço da China, principal comprador internacional da Vale.
Porém, o CEO da empresa acredita que os estímulos ao consumo interno seriam uma possível resposta dos chineses.
“Neste potencial cenário, não descartaria a possibilidade da China atuar fortalecendo a demanda interna, o que de certa forma geraria a compensação do impacto de exportações menores”, afirmou Pimenta.
Ao longo do tempo, disse o executivo da Vale, o país asiático já demonstrou que sempre, e quando necessário, está disposto a prover os estímulos necessários para a economia atuar. Além disso, Pimenta relembrou que a economia da China cresceu ao redor de 5% em 2024 e produziu um volume superior a 1 bilhão de toneladas de aço.
“Nossa expectativa é que esse ano eles sigam com volume de produção forte, ao redor de 1 bilhão, um pouco acima disso”, afirmou.
Vale (VALE3) registra queda de 21% no lucro em 2024, para R$ 31,6 bi
A Vale (VALE3) divulgou, na noite da última quarta-feira (19), que obteve um lucro de R$ 31,6 bilhões em 2024, representando uma queda de 21% em comparação com o ano anterior.
A empresa também anunciou a distribuição de R$ 9,1 bilhões em dividendos, além de um novo programa de recompra de ações.
Além disso, a mineradora revisou suas projeções de investimentos para 2025, reduzindo o valor estimado de R$ 37,5 bilhões para R$ 33,6 bilhões, com foco no setor de minerais para a transição energética.
A redução foi anunciada poucos dias após um evento com o presidente Lula, no qual foram celebrados projetos de expansão da empresa.
A Vale não especificou o motivo da diminuição na previsão de investimentos. Em relação à recompra de ações, a companhia informou que o objetivo é retirar do mercado o equivalente a 2,8% de seu capital, como uma forma de reforçar a confiança de seus administradores nas perspectivas de futuro da empresa.
“Nosso portfólio robusto e flexível, abordagem disciplinada de alocação de capital e cultura de desempenho em evolução nos permitirão entregar valor a longo prazo”, afirmou no balanço divulgado nesta quarta-feira (19), o presidente da mineradora, Gustavo Pimenta.