A Vale (VALE3) deve limpar pendências e passar por um recomeço em 2025, avaliou o BTG em relatório publicado nesta quinta-feira (2). Porém, o banco continua com recomendação neutra para a ação da companhia, com preço-alvo de US$ 11.
Os analistas veem desenvolvimento favorável, mas ainda com necessidade de cautela, com pressão sobre o fluxo de caixa de curto prazo e potencial de retorno de caixa relativamente baixo em 2025, de 5% a 7%.
As perspectivas positivas para a empresa são o aumento dos volumes de minério de ferro, o acordo da Samarco e a resolução das renegociações de concessões ferroviárias.
Por outro lado, há riscos relacionados às perspectivas pessimistas para a China, mesmo com os estímulos do país à sua economia. De acordo com o relatório, isso aumenta “a pressão em todo o complexo siderúrgico e cria uma significativa sobrecarga para os preços do minério de ferro”.
“Prevemos novas revisões negativas para a empresa no horizonte de 2025, à medida que os investidores assinalam ao mercado um ambiente de preços do minério de ferro materialmente mais fraco”, acrescentaram os analistas, no relatório.
Vale (VALE3): acordo de R$ 17 bi é um ‘entendimento histórico’, diz ministro
O ministro dos Transportes, Renan Filho, comemorou a expectativa de ampliação do volume de investimentos no setor, após repactuar valores da renovação antecipada dos contratos de ferrovias da mineradora Vale (VALE3). “Firmamos hoje entendimento histórico com a Vale S.A., que vai injetar mais de R$ 17 bilhões na infraestrutura do Brasil”, disse ele.
A negociação com a Vale, segundo declaração do ministro em postagem em sua conta no “X” e em nota oficial do Ministério dos Transportes, se deu através do processo de “resolução consensual” relacionada à renovação de concessões das Estradas de Ferro Carajás e Vitória-Minas (EFC e EFVM).
“Essa repactuação demonstra a solidez da parceria da atual gestão federal e o setor privado, que é crucial na ampliação dos investimentos na nossa logística”, destacou o ministro dos Transportes, em nota, segundo o “Valor”.
A celebração da renovação dos contratos, que garantiu a extensão do prazo de concessão até 2057, ocorreu em dezembro de 2020, na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. A repactuação passou por entendimentos discutidos junto ao TCU (Tribunal de Contas da União).
Em paralelo a isso, o ministro Renan Filho também afirmou que, “de imediato”, o acordo garante R$ 4 bilhões de aporte.
Na oficialização do acordo divulgada na segunda-feira (30), a Vale, na condição de concessionária de ferrovia, acatou a resolução consensual, mediante a formalização de protocolo de intenções.