A Vale (VALE3) está perto de fechar um acordo para a venda de 10% da sua unidade de metais básicos para um consórcio formado por uma mineradora saudita, a Ma’aden, e o fundo soberano da Arábia Saudita. A informação foi publicada pelo jornal americano The Wall Street Journal.
Segundo o jornal, o PIF (Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita, em inglês) e a mineradora devem desembolsar US$ 2,5 bilhões pela participação, o que avalia a unidade de negócios da mineradora brasileira em US$ 25 bilhões.
O acordo pode ser anunciado ainda nesta semana, e o PIF já havia despontado como o principal favorito para adquirir uma participação de 10% nas operações de níquel e cobre da mineradora brasileira,, segundo fontes ouvidas pela Bloomberg, em junho.
No ano passado, a Vale contratou consultores para avaliar opções para o negócio, em meio à crescente demanda por metais como cobre e níquel, que são essenciais para o impulso global em direção a formas de energia mais limpas. A Qatar Investment Authority e a General Motors estavam entre as empresas interessadas.
Procurada, a Vale ainda não se manifestou. Com informações do Infomoney.
Vale: pior momento já passou, apontam analistas
As ações da VALE no Ibovespa em 2023 acumulam perdas significativas (19,68%), mas começam a dar sinais de recuperação. Apesar das oscilações, em julho a mineradora vem operando no azul, com avanço de 8,76%.
Para analistas ouvidos pelo BP Money esse deve ser o tom do segundo semestre, depois da turbulenta primeira metade do ano. “Um dos principais motivos que impactaram no resultado operacional pior para a empresa foi a desaceleração da economia chinesa no primeiro semestre do ano, com a crise imobiliária que ocorreu na China. Esperamos uma recuperação a partir de uma expectativa de incentivos e estímulos neste setor do país”, disse o Head de Asset Allocation e Assessor de Investimentos da Miura, Daniel Villela.
“Sabemos que o preço da ação da Vale depende diretamente do preço do minério de ferro, que hoje consideramos que há uma expectativa de valorização do ativo. Assim, nossa conclusão é que o pior momento já passou”, acrescentou Villela.
A mesma opinião é compartilhada pelo analista CNPI da CM Capital, Roque Naves. Ele detalha que o clima no final de 2022 era de otimismo, com o processo de reabertura da economia chinesa. A expectativa era de um crescimento na demanda de minério de ferro, o que elevaria o preço da commoditie para patamares acima de US$ 110,00.
Porém, o humor dos investidores começou a mudar quando os dados de atividade da economia chinesa começaram a decepcionar os analistas, além do próprio governo determinar uma meta de crescimento de 5% para PIB, abaixo do que o mercado esperava. Tais pontos foram prejudicando a cotação do minério e da VALE3, que tem 80% da sua receita proveniente da venda da commoditie. Ainda segundo o analista da analista CNPI da CM Capital, o cenário deve mudar.
“Nesse segundo semestre temos a expectativa de resultados mais animadores para Vale quando comparada com o primeiro período do ano, mesmo com a curva de preços do minério de ferro em queda. Em termos de produção, a companhia vem surpreendendo tanto em minérios finos como em pelotas e o principal ponto que deve contribuir é a liberação da Barragem de Torto, que ajudará a companhia a atingir sua meta de produção e um mix de produtos com maior valor agregado. Além de o segundo semestre ser historicamente as datas onde a companhia tem maior volume de produção e vendas”, analisou.