A Vale (VALE3) informou ao mercado nesta terça (12), que a Controladoria Geral da União (CGU) negou o recurso para retirar a multa de aproximadamente R$ 86,3 milhões no âmbito de processo administrativo de responsabilização sobre Brumadinho.
No entanto, a Vale afirma que discorda da condenação, ainda destacou que considera a Lei 12.846/2013 “inaplicável ao caso”, motivo pelo qual está adotando as medidas judiciais cabíveis no momento. Vale destacar que a multa foi aplicada em agosto de 2022.
Nesse sentido, a mineradora reitera ainda que, mesmo reconhecendo a inexistência da prática de atos de corrupção, a CGU concluiu que ela deixou de apresentar informações fidedignas no sistema da Agência Nacional de Mineração (ANM) em relação à Barragem I de Brumadinho e que emitiu Declaração de Condição de Estabilidade positiva para a estrutura, no período de junho a setembro de 2018, quando, no entendimento do órgão de controle, ela deveria ser negativa, circunstâncias essas que consistiram em ato lesivo à administração pública por dificultar a fiscalização da autarquia minerária.
J.P. Morgan eleva recomendação para compra
As ações da Vale (VALE3) tiveram sua recomendação neutra elevada para compra pelo J.P. Morgan. Além disso, o banco norte-americano elevou o preço-alvo da mineradora de R$ 75,00 para R$ 79,00 ao final de 2024.
Em relatório, os analistas do J.P. Morgan escreveram que a Vale tem apresentado um valuation mais atrativo, com a ação sendo negociada agora a um múltiplo de 4,2 vezes o EV/Ebitda esperado para 2024, ante um pico de 5,9 vezes no início deste ano.
Além disso, o banco afirmou que, embora o setor imobiliário esteja pouco animador na China, o país está produzindo aço em excesso, com as exportações chegando a 84 milhões de toneladas por ano (Mtpa).
Segundo os analistas, à medida que a China produz aço em excesso, ela consome minério de ferro em excesso.
“E, ao contrário de 2021 e 2022, não esperamos ver uma redução deliberada na produção siderúrgica nacional na China. Em outras palavras, mais aço significa mais minério de ferro”, disseram Rodolfo Angele e Tathiane Martins, analistas que assinam o relatório sobre a Vale.
O J.P. Morgan ainda apontou que o curto prazo parece positivo para a Vale à medida que os volumes aumentam e a qualidade deve melhorar com a barragem de Torto, no complexo de Brucutu (MG), que recebeu licença de operação.