Diz Planalto

Vale (VALE3) deve assinar acordo de Mariana na sexta-feira (25)

O Palácio do Planalto afirmou que o acordo deve ser fechado nessa data, segundo apuração da "Reuters"; o valor deve ser de R$ 170 bilhões

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

O acordo multibilionário com autoridades federais e estaduais para reparar e compensar o rompimento da barragem em Mariana (MG), ocorrido em 2015, deve ser assinado pelas mineradoras Vale (VALE3), BHP e Samarco na sexta-feira (25), segundo o Palácio do Planalto, apurou a “Reuters”. 

A informação inicial de que o fechamento do acordo foi adiantada pelo veículo, que revelou também que a soma total do acordo deve chegar a R$ 170 bilhões. 

O valor inclui os pagamentos que já foram feitos pelas 3 empresas, bem como recursos novos e obrigações que ainda devem ser cumpridas.

Em novembro de 2015, a barragem da Samarco, uma joint venture da Vale com a BHP, rompeu e despejou uma onda gigante de lama que matou 19 pessoas. Além disso, outras centenas de cidadãos ficaram desabrigados. A lama também atingiu florestas, comunidades e rios da região, inclusive o rio Doce, em toda a sua extensão até o mar do Espírito Santo.

Vale (VALE3) vai na contramão da redução de metas ESG por vantagem competitiva

Vale (VALE3) está fazendo um amplo investimento em suas iniciativas ESG (Ambiental, Social e Governança), indo na contramão de outras companhias que adotaram a política e agora optaram por reduzir as metas.

Recentemente, José Victor Sousa, gerente-geral de reporte financeiro e controles internos da Vale (VALE3), declarou que o desastre em Brumadinho (MG) ligou o alerta da administração da mineradora em relação à responsabilidade da empresa no que diz respeito a questões socioambientais e de governança.

“A Vale possui uma vantagem estratégica que pode ajudá-la a manter seu compromisso com as metas ESG”, disse ao BP Money o especialista da Ouro Preto Investimentos, Sidney Lima.

Segundo o especialista, a companhia já avançou significativamente em iniciativas ambientais e sociais, como a redução de suas emissões de carbono e a recuperação de áreas impactadas pelas operações de mineração.

“Além disso, seu compromisso com a transição para uma economia de baixo carbono, especialmente com o foco em metais como níquel e cobre, que são essenciais para tecnologias de energia renovável, coloca a Vale em uma posição diferenciada em comparação com outras mineradoras”, acrescentou Sidney.

Nesse sentido, é possível afirmar que a Vale deve conseguir manter suas metas ESG sem grandes revisões, diferentemente de outras companhias que podem estar mais vulneráveis às pressões de curto prazo.