Mercado

Vale (VALE3): minério a US$ 90 deve ser o 'ponto de equilíbrio'

“Começamos a ver alguns sinais de melhoria na economia chinesa”, completou o presidente da Vale, Gustavo Pimenta

Gustavo Pimenta, presidente da Vale/Foto: Divulgação
Gustavo Pimenta, presidente da Vale/Foto: Divulgação

O presidente da Vale (VALE3), Gustavo Pimenta, disse acreditar que o nível de US$ 90 por tonelada do minério de ferro é um “breakeven” para a indústria.

“Sempre que o preço vai abaixo dos US$ 90, o mercado reage”, afirmou Pimenta, em entrevista coletiva após o Vale Day em Nova York. “Começamos a ver alguns sinais de melhoria na economia chinesa”, completou ele.

Quanto às expectativas relacionadas ao governo de Donald Trump e a possibilidade de tarifas maiores nos EUA, Pimenta reiterou que o país é um mercado importante para a Vale, considerando os metais básicos. 

“Em termos de tarifas esperadas, temos que esperar para ver o que acontecerá e que medidas outros países vão tomar. Continuamos otimistas sobre a relação entre oferta e demanda”, comentou o presidente da mineradora.

Em paralelo a isso, sobre a estratégia com a controlada Vale Base Metals (VBM), sem descartar a possibilidade de uma IPO (oferta inicial de ações), Pimenta afirmou que há um caminho para criar valor. 

“Temos flexibilidade e opções na VBM. Se pudermos trazer algum parceiro, podemos avaliar. Pode ser um minerador ou um investidor estratégico”, afirmou o executivo.

Vale (VALE3): volume de dividendos dependerá do minério de ferro

Gustavo Pimenta, presidente da Vale (VALE3), afirmou que prefere não antecipar possíveis volumes de dividendos para o futuro, pois nos próximos dois anos, a empresa fará muitos desembolsos dos compromissos assumidos para a reparação dos danos causados pelos acidentes das barragens em Mariana e em Brumadinho.

Contudo, Pimenta sinalizou, durante o Vale Day, na Bolsa de Nova York, nesta terça-feira (3), que está garantido o pagamento mínimo, bem como uma eventual remuneração extra vai depender do mercado de minério de ferro.

“Nos próximos dois anos, o caixa vai ser bastante restrito, a depender do preço do minério de ferro. Muitos pagamentos vão reduzir a posição de dívida líquida, vamos amortizar. Isso cria capacidade no balanço patrimonial. Não queremos antecipar nada, mas isso [pagamento de dividendos] depende da capacidade do mercado”, afirmou Pimenta, segundo o “Valor”.

“Temos mostrado nosso enfoque em remunerar acionistas. Estamos concentrados no potencial de remunerar nossos acionistas incrementalmente à política de dividendos que já temos. Os próximos dois anos vão ser mais restritos, mas, depois disso, vamos voltar à regularidade. Temos tido fluxo de caixa livre constantemente”, disse.

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