Vale (VALE3): Morgan Stanley mantém recomendação de compra

O Morgan Stanley cortou o preço-alvo dos ADRs da Vale de US$ 18,00 para US$ 17,00

As ações da Vale (VALE3) tiveram sua recomendação de compra mantida pelo Morgan Stanley. Apesar disso, o banco norte-americano cortou o preço-alvo dos ADRs (recibo de ações) da mineradora de US$ 18,00 para US$ 17,00.

“Estamos mantendo taticamente nossa classificação overweight na Vale, pois vemos as ações se beneficiando do impulso positivo nos preços do minério de ferro, impulsionados pela flexibilização iminente da política habitacional e pelo estímulo à infraestrutura na China”, justificaram os analistas do Morgan Stanley.

“Com um múltiplo de 7,5 vezes o lucro por ação esperado para 2024, a Vale é o nome mais barato entre os 4 grandes produtores de minério de ferro e oferece o maior dividend yield (valor do dividendo em relação ao preço da ação) esperado do grupo no próximo ano”, acrescentaram.

O Morgan Stanley espera um crescimento anualizado da China de 6% no segundo semestre de 2023, 5,7% ao ano em 2023 e 4,9% ao ano em 2024.

Já em relação à Vale, os analistas da instituição financeira ainda acreditam que a resolução do acordo de compensação de Mariana e medidas adicionais para desbloquear o valor da unidade de metais básicos terão um efeito positivo.

Para finalizar, o Morgan Stanley projeta que a Vale irá distribuir o excesso de caixa aos acionistas por meio de proventos, apesar das previsões de preços mais baixos para o minério de ferro e dos pagamentos pelos acidentes de Brumadinho/Mariana.

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Vale (VALE3): dívida da Samarco só será paga a partir de 2036

O acordo fechado pela Samarco com a Vale (VALE3), o BHP e outros credores para conseguir aprovar o seu plano de recuperação judicial prediz o pagamento das dívidas com as suas sócias só a partir de 2036. Além disso, o acordo ainda disponibiliza três alternativas para pagamento para os outros credores financeiros.

Em abril de 2021, a Samarco entrou em processo de recuperação judicial, enfrentando uma dívida total de R$ 50,5 bilhões. Deste montante, mais de R$ 26 bilhões correspondem a dívidas com fundos estrangeiros que adquiriram títulos da Samarco antes do ano de 2015, quando ocorreu o desastre do rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana (MG), levando à suspensão das operações da mineradora.

O passivo com Vale e BHP é da ordem de R$ 24 bilhões e corresponde a títulos de adiantamentos feitos à Samarco desde 2015 em sua maioria.

Desde que entrou em processo de recuperação judicial, as negociações entre os credores financeiros e a Samarco encontravam dificuldades devido à questão do pagamento das dívidas da empresa com suas sócias. Os credores financeiros acreditavam que a Vale e a BHP deveriam ser solidariamente responsáveis pelos pagamentos à Fundação Renova, que é responsável pelas ações de reparação e indenizações às vítimas do rompimento da barragem de Mariana.