Os papéis da Vale (VALE3) enfrentam uma onda de notícias que têm abalado a confiança de investidores. No pregão desta terça-feira (12), por volta das 14h15 (horário de Brasília), os ganhos sobre das ações recuaram ao patamar dos 0,18%, a R$ 61,11. Há receio de uma ingerência política na empresa.
De acordo com o E-Investidor, do Estadão, após a renúncia de José Luciano Duarte Penido, que ocupava cargo como membro do Conselho Administrativo da Vale, desde 2019, o sinal de alerta se acendeu entre os interessados nos papéis.
Conforme o executivo escreveu na carta de saída, o processo sucessório do comando da Vale “vem sendo conduzido de forma manipulada, não atende ao melhor interesse da empresa, e sofre evidente e nefasta influência política”.
Além disso, o ex-conselheiro da mineradora afirmou que na operação do processo tem ocorrido vazamentos constantes à imprensa, o que descumpre a confidencialidade.
“No Conselho se formou uma maioria cimentada por interesses específicos de alguns acionistas lá representados, por alguns com agendas bastante pessoais e por outros com evidentes conflitos de interesse”, acrescentou Penido.
Dentre os fatores externos, um peso que recai sobre a Vale é o preço do minério de ferro, que alcançou o menor patamar em sete meses na sessão de segunda-feira (11).
Vale (VALE3): membro do conselho renuncia ao cargo
O Ex-conselheiro da Vale (VALE3) José Luciano Duarte Penido anunciou, em uma carta de renuncia enviada na segunda-feira (11), que deixará o conselho de administração da mineradora.
Em sua carta de renúncia enviada ao presidente do conselho, Penido denunciou que o processo de sucessão do presidente-executivo na empresa foi conduzido de maneira manipulada e com influência política.
“Apesar de respeitar decisões colegiadas, em minha opinião o atual processo sucessório do CEO da Vale vem sendo conduzido de forma manipulada, não atende ao melhor interesse da empresa, e sofre evidentemente e nefasta influência política”, diz a carta.
Na sexta-feira (8), Penido e o conselheiro Paulo Hartung foram os únicos membros do colegiado a votarem contra a solução proposta para o processo sucessório do presidente Eduardo Bartolomeo. As informações foram divulgadas por fontes consultadas pela Reuters.
“Não acredito mais na honestidade de propósitos de acionistas relevantes da empresa no objetivo de elevar a governanta corporativa da Vale padrão internacional de uma corporation”, completou o ex-conselheiro em sua renúncia.