Ações da Vale (VALE3) registram queda de 30% desde as máximas do ano

Cenário pessimista na China fez cotação do minério de ferro cair para menor patamar em meses

A ação da Vale (VALE3) liderou as perdas do pregão de quinta-feira (14), desabando 6,66% e caindo para R$ 67,95, o menor patamar desde dezembro do ano passado. Até o fechamento da véspera, a queda acumulada em julho foi de 11,25% e, desde a máxima do ano, a desvalorização é de 33%. No dia 7 de março, a ação da mineradora chegou a valer R$ 105,70.

A desvalorização do papel da Vale reflete a queda no mercado de commodities. Nesta sexta-feira (15), os contratos futuros da tonelada de minério das bolsas de Dalian e Cingapura caíram abaixo de US$ 100, em meio a temores de uma diminuição por aço.

Esse movimento ocorre após a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) chinês, que registrou contração de 2,6% no segundo trimestre em relação ao trimestre anterior. O indicador teve alta de 0,4% na base anual, abaixo do esperado pelo consenso do mercado, que projetava alta de 1,0%.

A atividade econômica na China foi impactada pelos lockdowns e medidas restritivas impostas pelas autoridades para conter os surtos de covid-19 no país. O governo chinês adotou uma política de “covid zero”, que leva a confinamentos e fechamentos de comércios e indústria em extensas áreas e testagens em massa.

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Como consequência, o minério de ferro negociado na Dalian Commodity Exchange da China caiu 10%, a US$ 95,32 a tonelada, menor nível desde 15 de dezembro. O contrato recuou 13,3% nesta semana.

Na semana passada, o Goldman Sachs cortou suas projeções para o minério de ferro em 15%, para US$ 100 a tonelada no segundo semestre de 2022. A previsão de três meses para o minério é de US$ 90 a tonelada.

O banco também reduziu o preço-alvo para os ADRs (American Depositary Receipts, ações negociadas na bolsa norte-americana) da Vale de US$ 17 para US$ 15. A recomendação de compra para os ativos permaneceu neutra e os analistas demonstraram preferência por outros papéis do setor, como Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5)

“Apesar da avaliação com desconto da Vale e dos retornos de capital relativamente altos, temos nossa recomendação neutra, pois vemos melhor risco-recompensa para os produtores de aço”, afirmaram no relatório.

 A equipe espera que a produção de aço na China diminua nos último seis meses do ano, enquanto a demanda deve aumentar à medida que os bloqueios terminam. Isso colocaria uma pressão de alta nos preços do aço.

O Goldman também cortou a estimativa para o Ebitda (lucro antes juros, impostos, depreciações e amortizações) para a Vale (VALE3) em 16% para este ano e em 8% para 2023.

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