O banco norte-americano Safra decidiu cortar o preço-alvo da Vale (VALE3) de R$ 72 para R$ 68 e manteve a recomendação de compra, como resultado do encontro com a administração da companhia. O novo valor vê um potencial de alta de 26% ante o último fechamento desta quarta-feira (28).
A revisão vem por conta das menores projeções nos resultados de níquel da Vale, devido ao maior ponto de equilíbrio e preços mais baixos para o minério de ferro, “à medida que reduzimos os prêmios de longo prazo e aumentamos o ponto de equilíbrio”, segundo o banco.
Ainda assim, o papel VALE3 segue atraente, na visão do Safra, sendo negociada a um EV/Ebitda (valor de mercado sobre resultado operacional) de 3,7x em 2025 e oferecendo um rendimento médio de 12% em fluxo de caixa (FCF) para 2025 a 2027.
Durante o encontro com o banco, a Vale reiterou seu otimismo com os preços do minério de ferro, mesmo com o ceticismo do mercado com o ferro, segundo o Money Times.
Alguns dos problemas que cercam o setor são o cenário macroeconômico global, os níveis fracos de atividade na China e a piora na sazonalidade da oferta.
A aposta da administração da Vale é que o desenvolvimento de novos projetos tornou-se mais complexo e intensivo em capital, o que limita o avanço da oferta.
Além disso, a mineradora afirmou que os volumes do maior projeto de mineração do mundo, a Simandou, que pertence à Rio Tinto, podem exercer pressão sobre os mercados de minério de ferro em um primeiro momento, embora o esgotamento das reservas existentes deva compensar a nova oferta do projeto.
Quanto à demanda do mercado, a Vale acredita que o consumo de minério de ferro da China pode cair, o que novamente pode ser compensado pelo crescimento em outras regiões.
Vale (VALE3) vai emitir R$ 6 bilhões em debêntures isentas
A Vale (VALE3) anunciou recentemente a emissão de R$ 6 bilhões em debêntures de infraestrutura. Mas uma característica peculiar chamou a atenção dos investidores: os títulos, que serão emitidos em três séries, terão rendimento com desconto em relação aos títulos públicos.
Como se tratam de debêntures incentivadas — isentas de IR (Imposto de Renda) sobre os rendimentos para pessoas físicas —, o rendimento líquido tende a ser superior ao dos títulos públicos equivalentes, que são tributados.
A emissão será realizada em três séries de R$ 2 bilhões cada. A primeira, com vencimento em 15 de agosto de 2032, terá juros prefixados equivalentes ao Tesouro IPCA+ menos 0,50% ao ano. Já a segunda terá a mesma remuneração, mas com vencimento em 15 de agosto de 2035, segundo apontou a Exame.
Por fim, a terceira série, com vencimento em 12 anos, terá um desconto um pouco menor em relação ao IPCA+, de 0,47%.
Os valores indicam que a taxa efetiva pode ser ainda menor caso haja uma demanda mais forte durante o período de bookbuilding, previsto para 6 de junho. Os juros serão pagos semestralmente, enquanto o valor principal será devolvido apenas no vencimento de cada série.