O banco UBS rebaixou a recomendação de compra da Vale (VALE3) para neutra e o preço-alvo das ADRs (American Depositary Receipts) de US$ 14 para US$ 11,50, de acordo com relatório publicado pelo nesta segunda-feira (11).
No texto, os analistas mencionaram a preocupação com os fundamentos da cotação de minério de ferro no mercado internacional a médio prazo e previsão de menor retorno aos acionistas.
“As exportações de aço da China são vulneráveis a restrições globais e é pouco provável que sejam totalmente compensadas por estímulos”, afirmaram os analistas.
Com uma expectativa de aumento de oferta, eles projetam que o preço do minério de ferro deve ficar em patamares moderados, de cerca de US$ 100 por tonelada, no próximo ano e de US$ 80 a US$ 90 em 2026.
O UBS também cortou a projeção de prêmio do minério de ferro e pelotas e diminuiu em 9% a previsão para o Ebitda da Vale em 2025 e 2026, com riscos à macroeconomia depois das eleições nos EUA.
Pontos positivos para a Vale, apesar do corte
“No entanto, a Vale se beneficiará no médio prazo com a melhoria dos volumes, custos mais baixos (regulação de cavernas) e prêmios mais elevados (Fe/ pelotas) à medida que seus três principais projetos de crescimento aumentam e a indústria siderúrgica da China começa a descarbonizar”, ponderaram os analistas.
Outro ponto positivo destacado no relatório é a entrada de Marcelo Bacci na diretoria financeira da empresa. O gestor já esteve na Suzano (SUZB3).
“A Vale obteve progressos significativos em 2024, melhorando o desempenho operacional, resolvendo o litígio da Samarco no Brasil e nomeando um novo CEO; vemos potencial para mais progresso nos próximos seis meses”, avaliou o relatório.
O rendimento de dividendos estimado pelo UBS para 2025 é de 7%. Segundo a projeção do relatório, a empresa deve devolver seu dividendo base aos acionistas apenas em 2025 ou 2026