As ações da Vale (VALE3) começaram 2024 acumulando uma queda de 5%. O panorama não é bom para a mineradora, que saiu de 2023 também com queda de 5,73%. Apesar do cenário atual, o Itaú BBA e o Morgan Stanley reafirmaram suas boas expectativas para a mineradora, considerando, principalmente, o preço-alvo do minério de ferro.
Por volta das 11h15 (horário de Brasília), desta quarta-feira (10), as ações da Vale (VALE3) estavam em queda de -1,34% cotadas a R$72,35.
As recomendações dos bancos foram overweight para os ADRs (recibo de ações negociadas na Bolsa de Nova York) da empresa, o que significa que as ações podem ter um desempenho superior ao nível de referência.
Ambos os bancos projetam um preço-alvo de US$ 18 para os papéis em 2024, ou uma valorização de cerca de 21% frente ao fechamento da última terça-feira (9).
Revisão do Itaú BBA para os ativos da Vale (VALE3)
A revisão do Itaú BBA levou o preço-alvo das ações um pouco abaixo, já que a estimativa anterior era de US$ 19. Em sua avaliação o banco incorporou o novo guidance da Vale para investimentos, volumes e custos, além de incluir premissas macroeconômicas recentes, custo de capital e curva de preços do minério de ferro.
Apesar dessa baixa, a Vale (VALE3) segue como principal escolha no setor de siderurgia e mineração da América Latina.
Segundo analistas do banco, o mercado de minério está relativamente apertado no curto prazo. Nas últimas semanas, os valores da mineração têm oscilado entre US$ 130-140 por tonelada.
Uma razão apontada para isso está relacionada às expectativas de aumento de consumo na China, pois foram anunciados dois pacotes de estímulo no país que podem compensar a lentidão do mercado.
“Em suma, prevemos uma dinâmica de oferta e demanda um tanto restrita para a indústria de minério de ferro no começo de 2024, com produção sazonalmente mais fraca de minério de ferro no 1T24 e produção de aço ainda resiliente na China”, avalia a equipe do BBA.
Outra revisão com mudanças foi quanto à curva de preços do minério de ferro, que subiu de US$ 110 para US$ 120 a tonelada no ano. Para 2025, essa expectativa passou de US$ 100 para U$ 105 a tonelada.
Por conta da revisão sobre o guidance de investimentos da Vale (VALE3), o preço-alvo das ADRs foi reduzido. O aumento das premissas do banco de custo capital também são uma justificativa para a redução, já que compensou os melhores resultados operacionais impulsionados pelo aumento do preço do minério.
Morgan Stanley faz previsão sobre dividendos da Vale (VALE3)
A expectativa do Morgan Stanley é de que a Vale entregue um Ebitda de US$ 21,5 bilhões e US$ 6,6 bilhões em fluxo de caixa livre. Um número acima do consenso de US$ 9,3 bilhões e US$ 6,3 bilhões, respectivamente.
Esse fortalecimento no fluxo de caixa da empresa levou a projeção do Morgan para o pagamento de US$ 1,67 por ação em dividendos da Vale (VALE3), em 2024.
O total, segundo o banco, chegaria a US$ 5,17 bilhões e US$ 2 bilhões em dividendos regulares e extraordinários, respectivamente.
Outro ponto avaliado pelos analistas do Morgan e do Itaú, é que o programa de recompra de ações da empresa, com prazo de expiração para 2025, gere um retorno de capital. “Modelamos que a Vale retornará US$ 400 milhões aos acionistas em 2024 por meio de recompra de ações, pois esperamos que a empresa priorize os dividendos”, dizem.