Varejistas: ações de gigantes fecham em queda após Copom

As empresas do setor foram as que mais sentiram com a continuação da Selic a 13,5%

Um dia após o anúncio da manutenção da taxa de juros feito pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central), as ações das principais varejistas do País fecharam em queda no pregão do Ibovespa nesta quinta-feira (22).   

As empresas do setor foram as que mais sentiram com a continuação da Selic a 13,5%. O Magazine Luiza (MGLU3) derreteu 6,12%. Seguindo o Magalu, as ações da Lojas Americanas (AMER3) caíram 3,31%. Já a Via Varejo (VIIA3) recuou 4,60%.

O movimento não foi surpresa para boa parte dos analistas. O economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, disse que após a decisão do Copom ficou evidente que a Selic será mantida pelo banco por mais tempo do que o esperado e que os efeitos nas companhias do setor viriam rápido. “Deixou claro que até setembro não mexe nos juros, empurrando por mais um mês”, cravou o economista. 

“O comunicado mostrou preocupações com o retorno da inflação e também ancorou as decisões em cima do arcabouço e da redução de preços das commodities, como também com o sistema financeiro internacional, ainda vendo que há algum risco. Com isso, tirou a euforia do mercado em ter alguma redução para agosto e tirando o viés de curto prazo de mexer com o Copom. Isso deve mexer com a bolsa, principalmente com as varejistas que devem devolver os ganhos do dia de hoje, já que aguardavam um pouco mais otimista referente a taxa”, avaliou Velloni.

Ibovespa fecha em queda, puxado por Copom; dólar sobe

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, encerrou a quinta-feira (22) em queda de 1,17%, aos 119.016 pontos. Já o dólar subiu 0,09%, cotado a R$ 4,77.

No cenário local, o Copom decidiu na última quarta-feira (21) pela sétima manutenção consecutiva da taxa básica de juros em 13,75% ao ano. Em ata, o colegiado afirmou que a conjuntura atual segue “demandando cautela e parcimônia”.

No exterior, os investidores monitoraram as falas do presidente do Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA), Jerome Powell, em comitê do Senado norte-americano. Na última quarta-feira, em depoimento na Câmara, Powell reforçou que novas altas das taxas de juros dos EUA podem vir este ano.

Além disso, os mercados repercutiram a decisão de política monetária do Banco Central da Inglaterra (BoE). O BoE decidiu elevar sua taxa de juros referencial em 0,50 ponto percentual, para 5% ao ano.