Os trabalhadores e especialistas do mercado tem se preocupado com a onda de demissão em massa que atinge as varejistas brasileiras.
Entre os maiores nomes, a Americanas (AMER3), Carrefour (CRFB3), Casas Bahia (BHIA3) e Marisa (AMAR3) enfrentam uma crise sem precedentes. O cenário levou ao fechamento de mais de 750 lojas, causando a demissão de mais de 35 mil funcionários sem emprego, de acordo com a Metrópoles.
O quadro mostrou que as operações das varejistas vivem uma reconstrução profunda, que tem afetado diretamente a economia e o mercado de trabalho.
As crises financeiras e fraudes contábeis, que abalaram a estabilidade de gigantes varejistas, é o que tem impulsionado a onda de demissões.
Recuperação judicial expõe fragilidade de gestão das varejistas
Os pedidos de recuperação judicial das varejistas expõem o cenário de crise, com as dívidas milionárias que se aprofundaram desde a pandemia. No entanto, além do cenário econômico, a governança, é outro ponto chave nesse processo de deterioração nas contas das empresas.
O quadro econômico é desfavorável, de fato, com a taxa de juros alta, dificuldade de financiamentos e concessão de créditos. Porém, as estratégias implementadas pelas varejistas também chamam atenção de juristas.
Bruno Boris, sócio e fundador do escritório Bruno Boris Advogados, esclareceu que a alavancagem elevada também se justifica por decisões internas, como financiamentos sem negociação adequada, o que leva a dívidas milionárias, com juros elevados, e obriga as empresas a entrarem com pedidos de recuperação judicial.
“Grandes empresas podem fazer cortes imediatos de pessoal, investir mais em tecnologia, aspectos que nem todas as pequenas e médias conseguem. Assim, as grandes conseguem, mesmo em períodos de crise, aplicar preços mais atrativos ao consumidor, com margem de lucro pequena, mas apostando no volume, algo que empresas menores não conseguem fazer”, disse ele, em resposta ao BP Money.