Uma nova temporada de balanços está chegando, com resultados do terceiro trimestre deste ano. Os balanços das varejistas devem mostrar melhorias nos seus fundamentos e resultados operacionais, mas também precisam sinalizar como veem o cenário macroeconômico, segundo o BTG Pactual.
O relatório do BTG, assinado pelos analistas Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Pedro Lima, prevê que melhores tendências de consumo nos últimos meses devem ajudar os resultados das varejistas, seguindo uma tendência observada no primeiro semestre.
Nesse cenário, a alta nos juros para controlar inflação e desvalorização do real são temas que devem aparecer nas divulgações de resultados. Além disso, as empresas observarão os impactos desses fatores em seu desempenho no quatro trimestre deste ano.
As ações do setor estão desvalorizadas, com um preço-lucro médio de 14 vezes. Anteriormente, na médio dos últimos 14 anos, esse valor era de 17 vezes, mas investidores permanecem receosos de aumentar exposição mesmo com as métricas operacionais melhorando, segundo o “Valor Investe”.
Varejistas tentam sobreviver à disputa por vendas com salto dos preços
Carrinhos de compras mais vazios, alimentação mais precária e supermercados faturando menos. Esse é o ambiente que espreita as varejistas e tem causado sua desvalorização na Bolsa de Valores desde que a Selic (taxa básica de juros) sofreu uma elevação.
Especialistas consultados pelo BP Money apontaram que a redução de custos segue sendo um ponto que as varejistas tendem a explorar para se manterem competitivas, mas acreditam que o impulso do setor demanda outras iniciativas.
O foco em eficiência operacional, otimização da logística para reduzir custos, bem como parcerias com produtores locais e o uso de tecnologia para melhorar a cadeia de suprimentos são alternativas viáveis, na visão de Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimento.
Mas há também outras fontes de atração que as empresas podem fortalecer em sua atuação cotidiana, explicou.
“Uma outra solução, pode ser os programas de fidelidade, promoções e descontos que também podem ajudar as empresas a se manterem competitivas, mantendo a clientela e compensando a alta nos custos de operação”, comentou.