Especialistas comentam

Varejo deve trazer resultados mistos e crescimento moderado no 2TRI24

Segundo especialistas, o varejo dependente do crédito deve enfrentar desafios, enquanto empresas puxadas pela melhora da renda devem crescer

Varejo
Foto: Unsplash

Os resultados do Carrefour (CRFB3), na segunda-feira (22), marcaram o início da temporada de balanços do varejo, referentes ao segundo trimestre do ano. A rede apresentou resultado forte, com aumento anual de 412,5% no lucro líquido ajustado, a R$ 151 milhões.

Mas, afinal, depois de acumular perdas no primeiro trimestre, o que é esperado do setor? Os resultados devem seguir na mesma direção indicada pelo Carrefour? De acordo com especialistas ouvidos pelo BP Money, as expectativas são de um cenário diversificado.

Enquanto alguma empresas devem trazer resultados sólidos e se destacar positivamente, é esperado que outras companhias ainda evidenciem desafios significativos. Portanto, o varejo deve apresentar crescimento moderado no 2TRI24.

Na avaliação de Fabio Murad, sócio da Ipê Avaliações, entre os resultados positivos, devem figurar a Magazine Luiza (MGLU3) e a Lojas Renner (LREN3), impulsionadas pela recuperação do consumo e pela estratégia de expansão digital.

“Magazine Luiza tem se beneficiado do crescimento do e-commerce e da integração de suas operações online e físicas, enquanto a Lojas Renner continua a consolidar sua posição no mercado de moda, com uma forte presença tanto no varejo físico quanto digital”, destacou Murad.

Sidney Lima, analista CNPI da Ouro Preto Investimentos, chama atenção para o segmento de Cosméticos e Artigos Farmacêuticos na ponta positiva dos resultados.

“Deve [o segmento] seguir apresentando um bom crescimento, com aumento de vendas que já vinham sendo sinalizado de 18% em fevereiro, 10,6% em março e 17,2% em abril, impulsionado pela demanda constante por produtos de saúde e bem-estar”, disse Lima.

Segundo Sidney, a estabilidade do emprego vista no primeiro trimestre de 2024 pode contribuir para a performance positiva de empresas do varejo que dependem de renda.

Varejo dependente do crédito deve enfrentar dificuldades

Na outra ponta, varejistas que dependem do crédito para crescer as vendas não devem trazer resultados tão satisfatórios. Ana Paula Tozzi, CEO da AGR Consultores, citou o segmento de eletroeletrônico como exemplo.

“O varejo do eletroeletrônico depende de uma taxa de juros mais apetitosa para que o cliente faça a compra desses bens de alto valor agregado e seus parcelamentos. Não ocorreu a queda de juros que se imaginava, então, o crescimento de vendas desse ser bem pequena”, explicou Tozzi.

Em relação ao segmento de vestuário e calçado, Ana Paula chama atenção para o impacto das condições climáticas, embora este segmento deva apresentar melhora, na sua avaliação.

“O vestuário e o segmento de calçados são muito impactados pelo tempo e nós não tivemos inverno. Então, deve haver um acúmulo nos meses de julho e agosto de grandes liquidações, o que resulta em margens menores”, pontuou a especialista.

Ainda no lado negativo, a Marisa (AMAR3) e a Americanas (AMER3) devem ser destaques, refletindo uma recuperação mais lenta e desafios operacionais.

“Marisa tem lutado para se adaptar às mudanças no comportamento do consumidor e à concorrência acirrada, enquanto Americanas ainda enfrenta os impactos de sua reestruturação interna e os desafios logísticos”, disse Fabio Murad.

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