Projeção era de queda

Varejo: vendas surpreendem e crescem 1% em fevereiro

O resultado superou significativamente as expectativas

Vendas do varejo
Vendas do varejo / Agência Brasil

As vendas no varejo apresentaram uma alta 1% em fevereiro em comparação com janeiro, na série ajustada sazonalmente, conforme informado pelo IBGE nesta quinta-feira (11).

O resultado superou significativamente as expectativas. De acordo com a mediana de 26 projeções de consultorias, gestoras e instituições financeiras coletadas pelo Valor Data, o indicador deveria mostrar uma queda de 1,6% na comparação mensal.

As projeções variavam de um declínio de 2% até um aumento de 0,3%.

De acordo com o IBGE, na série sem ajuste sazonal, o comércio varejista cresceu 8,2% em relação a fevereiro de 2023. Esse foi o nono avanço consecutivo registrado.

Em janeiro, as vendas no varejo surpreenderam ao apresentar um aumento muito acima do esperado. O crescimento em relação a dezembro foi de 2,8%, enquanto a mediana das projeções apontava para um leve avanço de 0,1%, próximo da estabilidade.

Setores do varejo que subiram e caíram

Em fevereiro de 2024, na série com ajuste sazonal, seis das oito atividades pesquisadas registraram taxas positivas, conforme relatado pelo IBGE.

O economista da Highpar, Maykon Douglas, destaca que houve uma alta expressiva nas vendas de produtos farmacêuticos (9,9%), que puxaram para cima o varejo.

Outros artigos de uso pessoal (4,8%) também vieram bem e mostram recuperação, pois o segmento sofreu bastante em 2023 com as crises em lojas de departamento. Na ponta ampliada, veículos (3,9%) subiram pelo segundo mês consecutivo, pontuou o economista.

“A leitura reforça um movimento de mudança de foco dos consumidores nos últimos meses, à medida que o crédito se recupera, o comprometimento da renda familiar com a dívida cai e a massa de rendimentos segue robusta”, ressalta Douglas.

Por outro lado, entre janeiro e fevereiro, dois dos oito grupos de atividades do varejo registraram uma queda nas vendas. A categoria “Combustíveis e lubrificantes” recuou 2,7%, enquanto “Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo” apresentou uma leve queda de 0,2%.

Segundo o IBGE, as duas atividades adicionais que compõem o varejo ampliado neste indicador apresentaram trajetórias distintas. Enquanto “Veículos, motos, partes e peças” registraram um crescimento de 3,9%, as vendas de “Material de Construção” tiveram uma leve queda de 0,2%.

“São condições mais favoráveis do que no ano passado, sobretudo para o varejo sensível ao crédito”, comenta Maykon Douglas.

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