Mercado

Vendas no varejo caem 0,2% em agosto, superando as expectativas

O consenso Refinitiv projetava queda de 0,7% na base mensal, enquanto estimava avanço de 1,2% na comparação anual

O volume de vendas do comércio varejista no Brasil apresentou uma queda 0,2% em agosto em relação ao mês anterior, apontam os dados divulgados nesta quarta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Em relação ao mesmo período no ano passado, o volume de vendas avançou 2,3%. Embora tenha apresentado uma queda mensal, o volume foi superior ao que era esperado pelo mercado. O consenso Refinitiv projetava queda de 0,7% na base mensal, enquanto estimava avanço de 1,2% na comparação anual.

No comércio varejista ampliado, que integra veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas recuou 1,3% frente a julho, após variação de -0,4% em julho de 2023.

“Essa variação é identificada como estabilidade. Excluindo-se janeiro (4,0%) da série histórica de 2023, a maior parte dos indicadores mostra estabilidade. Com exceção de março, com alta de 0,7%, maio, com queda de 0,6% e julho com alta de 0,7%, todos os demais meses indicaram variações próximas a zero, ou seja, foram quatro meses de estabilidade e três de volatilidade baixa. A leitura para agosto é estabilidade, após um alta de baixa amplitude (0,7%) em julho”, comenta o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

Crise contábil das cadeias de lojas puxa taxas negativas

O gerente de pesquisas do IBGE ressaltou que, uma série de fatores justificam o crescimento desacelerado em 2023, com variações expressivas em termos setoriais.

Alguns setores têm apresentado indicadores negativos com alguma constância e outros têm crescido. Foram quatro taxas negativas: Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-4,8%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-3,2%), Móveis e eletrodomésticos (-2,2%) e Tecidos, vestuário e calçados (-0,4%). No campo positivo também foram quatro: Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,9%), Combustíveis e lubrificantes (0,9%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (0,2%), e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,1%).

“Ao longo do ano, até agosto, grandes cadeias de lojas de atividades de Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-4,8%) Móveis e eletrodomésticos (-2,2%) e Tecidos, vestuário e calçados (-0,4%), vivem crises contábeis e estão passando por redução no número de lojas. Esse movimento de puxar o indicador para baixo está muito relacionado à crise contábil que ainda persiste até agosto”, analisa Cristiano Santos.