As vendas do varejo no Brasil registraram novo aumento significativo em abril, crescendo 0,9% após uma alta revisada de 0,3% em março.
Essa sequência marca quatro meses consecutivos de avanço, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (13). As vendas no varejo também apresentaram um avanço de 2,2% em comparação com abril do ano anterior.
No acumulado do ano, as vendas no varejo apresentaram uma expansão de 4,9%, enquanto nos últimos 12 meses, o crescimento foi de 2,7%.
O dado ficou aquém das expectativas dos analistas do consenso LSEG, que projetavam um aumento de 1,3% na comparação mensal e de 3,35% na base anual.
A média móvel trimestral variou 0,7% no trimestre encerrado em abril.
Destaques das vendas no varejo
Cinco das oito atividades pesquisadas apresentaram avanços em abril.
Os destaques foram os setores de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com alta de 1,5%, e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, que registrou um expressivo crescimento de 14,2%, exercendo as principais influências sobre o resultado geral.
Na série sem ajuste sazonal, o comércio varejista registrou um aumento de 2,2% em relação a abril de 2023, marcando a 11ª taxa consecutiva de crescimento positivo. No acumulado do ano, o avanço atingiu 4,9%, enquanto nos últimos 12 meses foi de 2,7%.
No comércio varejista ampliado, que engloba veículos, motos, partes e peças, material de construção, e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas apresentou uma queda de 1,0% na série com ajuste sazonal. A média móvel trimestral variou -0,1%.
Na série sem ajuste sazonal, o comércio do varejo ampliado registrou crescimento de 4,9%, acumulando alta de 4,7% no ano em comparação ao mesmo período de 2023 e de 3,3% nos últimos 12 meses.
Sequência de altas
Cristiano Santos, gerente da pesquisa, ressalta que a sequência de quatro resultados positivos consecutivos no varejo também ocorreu no ano passado, entre junho e setembro, embora com variações menores.
“Neste ano, o varejo veio com resultados mais expressivos e, nos últimos três meses, vem alcançando o último recorde da série com ajuste sazonal, que havia sido em outubro/novembro de 2021”, comparou em nota.
Sobre os destaques por setor do varejo, Santos diz que a forte variação positiva de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, significa um certo rebatimento do mês anterior, quando houve queda de 10,1%, por conta do crescimento forte do dólar.
“Em abril, algumas grandes marcas deram descontos nos produtos e, apesar da estabilidade do dólar, o setor conseguiu se recuperar”, diz o pesquisador. No ano, a atividade acumula alta de 3,5%.