Após correrem notícias que grandes players do mercado financeiro teriam se tornado acionistas da nova bolsa A5X, o UBS BB afirmou que a novidade era um vento contrário para a operadora da bolsa de valores brasileira, B3, em relatório divulgado na sexta-feira (10)
“A entrada da A5X, apoiada por importantes formadores de mercado, pode desviar a atividade de negociação da B3 e intensificar a concorrência no segmento de derivativos”, argumentaram os analistas Kaio Prato, Thiago Batista, Camila Azevedo, Olavo Arthuzo e Beatriz Shinye.
A concorrência tem preocupado investidores, segundo os especialistas. A 5X passaria a contar com cinco acionistas internacionais, sendo eles: IMC Trading, Jump Trading Group, Optiver, XTX Markets e ABN Amro Clearing, de acordo com o jornal Valor Econômico.
Futura Concorrência
A operação da nova bolsa está prevista para o primeiro semestre de 2026. Com quatro grandes formadores de mercado, somando até 60% do volume de derivativos, opções e futuros, hoje negociados na B3.
“A A5X já conta com um capital de R$ 200 milhões, suficiente para montar sua própria estrutura de clearing, e entrou com pedido de autorização na CVM e no Banco Central.”, ressalta o UBS BB
A nova bolsa poderia desafiar a B3 com maior concorrência, com possíveis taxas mais baixas e lançamento de produtos.
“A parceria pode também apoiar o desenvolvimento de novas operações e produtos, dada a grande experiência das duas empresas (por exemplo, o ABN Amro tem uma clearing na Europa)”, conclui o banco.
Ibovespa deve finalizar 2025 acima dos 135 mil pts; avaliam especialistas
O Ibovespa tem a expectativa de encerrar 2025 acima dos 135 mil pontos, segundo análises de especialistas, que destacam, ao BP Money, tanto desafios como oportunidades para o mercado de ações brasileiro no próximo ano.
João Victor Vieitez, analista da Aware Investments, aponta que um dos maiores obstáculos para o desempenho da bolsa será o cenário de juros elevados, com projeções que podem ultrapassar os 15%.
“Isso gera uma pressão significativa sobre os ativos de renda variável, especialmente em um ambiente macroeconômico com riscos adicionais, como uma possível alta da inflação e questões fiscais que podem aumentar a aversão ao risco”, explica Vieitez. Esse cenário, segundo o analista, deve ser monitorado com cautela pelos investidores.