A Volkswagen anunciou no domingo (23) o cancelamento do “layoff” (suspensão dos contatos de trabalho) de 800 funcionários de um turno da fábrica de Taubaté, no interior de São Paulo. A ideia inicial da empresa, divulgada em 17 de julho, era suspender os contratos a partir de 1º de agosto. A interrupção teria duraria dois meses para um turno. A produção não seria paralisada, mas reduzida.
A medida foi tomada por causa do bom resultado da venda do modelo Polo, produzido na unidade. A montadora, porém, informou que adotará um esquema de férias coletivas de dez dias na indústria.
Em maio, a montadora já havia informado que colocaria 800 trabalhadores em “layoff” a partir do mês seguinte. Ela voltou atrás e cancelou a medida, depois que o governo federal comunicou o corte de impostos para reduzir o preço dos carros.
No domingo, a empresa informou ainda que a fábrica de São José dos Pinhais (PR) segue com um turno em layoff desde 5 de junho. As unidades Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP), e São Carlos (SP – motores) estão operando normalmente.
Leia a íntegra do comunicado da montadora: “Em razão do desempenho positivo do modelo Polo, a Volkswagen do Brasil decidiu ajustar as medidas de flexibilidade para a fábrica de Taubaté (SP), cancelando o layoff previsto para iniciar em 1º de agosto, com duração de 2 meses para um turno de produção, e aplicando férias coletivas de 10 dias para os dois turnos da unidade, iniciando em 31/7. A fábrica de São José dos Pinhais (PR) segue com um turno em layoff desde 5 de junho. As unidades Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP), e São Carlos (SP – motores) estão operando normalmente. As ferramentas de flexibilização estão previstas em Acordo Coletivo firmado entre o Sindicato e colaboradores da Volkswagen.”
Volkswagen anuncia plano de investimento bilionário no Brasil até 2026
A Volkswagen anunciou no último dia 4, um investimento de 1 bilhão de euros, que visa o crescimento na América Latina, sobretudo no Brasil, em que a companhia anseia crescer 40% até 2027. Nesse sentido, o investimento da Volkswagen será destinado ao “desenvolvimento de motores de combustão a etanol” e ao lançamento de novos modelos, informou o grupo em comunicado.
Desse modo, o projeto visa comercializar 15 novos modelos de veículos elétricos e “flex-fuel” até 2025. Os veículos aceitam vários combustíveis e carros híbridos.
Além disso, a Volkswagen anseia lançar ainda neste ano seus primeiros modelos totalmente elétricos no Brasil, o Volkswagen ID.4 e o ID.Buzz.
Apesar da meta da fabricante alemã ser alcançar um crescimento anual de 11% no mercado automobilístico sul-americano até 2030, o progresso em direção aos modelos elétricos segue lento.
Até 2033, a participação no mercado total de veículos totalmente elétricos não passará de 4% no Brasil, segundo a Volkswagen, muito menos do que na Europa ou nos Estados Unidos.
Sendo assim, a montadora deseja avançar nesse mercado, mas por meio de “propulsões alternativas”, como os biocombustíveis. “A América do Sul, como um mercado automobilístico de rápido crescimento, é de importância estratégica para a Volkswagen”, disse Thomas Schäfer, diretor-geral da marca, citado no comunicado.
“A equipe local conseguiu redirecionar o rumo nos últimos anos e melhorar de forma duradoura a rentabilidade e a competitividade. Agora é uma questão de continuar trabalhando na posição de custos”, acrescentou o diretor da Volkswagen.