César Mindof

Volume de ofertas no 1TRI25 é o maior desde 2012, diz Anbima

“Geralmente os primeiros trimestres são períodos mais difíceis, mas tivemos neste ano números muito bons”, disse diretor da Anbima

Fonte: DIvulgação
Fonte: DIvulgação

As empresas brasileiras captaram um volume recorde no primeiro trimestre de 2025, o maior desde 2012, quando a série histórica foi iniciada. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (14) pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

Foi captado um total de R$ 152,3 bilhões, sendo a maior parte (R$ 142,6 bilhões) via instrumentos de renda fixa, como debêntures, CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e CRAs (do agronegócio). Os híbridos, como FIIs (Fundos Imobiliários) e Fiagro, responderam por R$ 8,5 bilhões, enquanto a renda variável somou R$ 1,2 bilhão, com ofertas subsequentes no mercado de ações.

O volume de debêntures chegou a R$ 103 bilhões, um patamar inédito para o primeiro trimestre. As debêntures incentivadas — que oferecem isenção de Imposto de Renda a pessoas físicas e são destinadas ao financiamento de projetos de infraestrutura — representaram 36,9% do total. O prazo médio dessas emissões subiu para 10,2 anos, frente à média de 6,96 anos no mesmo período de 2024.

O diretor da Anbima, César Mindof, destacou que o volume de emissões foi mais uniforme ao longo dos três primeiros meses de 2025: R$ 44,3 bilhões em janeiro, R$ 45,9 bilhões em fevereiro e R$ 62,1 bilhões em março.

Em 2024, o primeiro trimestre teve comportamento mais desigual: R$ 17,8 bilhões em janeiro, R$ 37,2 bilhões em fevereiro e R$ 63,1 bilhões em março. A disparada nas captações no ano passado foi impulsionada pelas medidas do CMN (Conselho Monetário Nacional), que restringiram emissões de CRIs, CRAs, LCIs e LCAs. Como o órgão preservou operações que já estavam em andamento, as companhias aceleraram as captações, inflando o volume mensal.

“Geralmente os primeiros trimestres são períodos mais difíceis, mas tivemos neste ano números muito bons”, disse Mindof, segundo o Valor.

Fundos têm resgates de R$ 39,8 bi no 1º tri de 2025, diz Anbima

A indústria de fundos registrou resgate líquido de R$ 39,8 bilhões no primeiro trimestre de 2025, revertendo o cenário de entrada de capital no mesmo período de 2024, quando a captação líquida foi de R$ 119,2 bilhões. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (10) pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

Esse foi o segundo pior desempenho para um primeiro trimestre nos últimos cinco anos, segundo Pedro Rudge, diretor da entidade. Apenas os primeiros meses de 2023 registraram saídas maiores do que as deste ano.

O patrimônio líquido da indústria somou R$ 9,4 trilhões, o que representa um avanço de 7,2% na comparação com o mesmo período do ano anterior.