
Em Wall Street, o S&P 500, principal indicador de ações americano, fechou o mês de abril com recuo de 0,08%, encerrando seu terceiro mês consecutivo no vermelho.
Enquanto isso, o Nasdaq encerrou próximo da estabilidade, subindo somente 0,9%, com apoio dos balanços das empresas de tecnologia, ao passo que o Dow Jones foi o que mais sofreu e perdeu 3,4%.
No período, a variação em Wall Street chegou às mínimas registradas no dia 7 de abril, com queda de 13,8% no caso do S&P 500, recuo de 14,2% para o Nasdaq, segundo cálculo Diego Chumah, gestor de bolsa do fundo ASA Hedge, de acordo com o Valor Investe.
“Todo esse caos e volatilidade registrado no mês tem nome e sobrenome: Donald Trump. Os louros não são totalmente dele: algumas pessoas de sua equipe econômica têm um lugar especial nesse pódio”, disse.
Como consequência ao “Dia da Libertação”, quando Trump anunciou as chamadas tarifas recíprocas, os índices de Wall Street tiveram fortes quedas.
Além da incerteza gerada pela guerra tarifária que se instalou com a China, a inflação insistente nos também travou o apetite por risco no mês, completou Gustavo Campanhã, gestor de ações da WHG.
“Tivemos um índice de inflação acima do esperado e uma briga pública entre Trump e o presidente do banco central americano, Jerome Powell, que, apesar de sempre evitar, fez comentários que foram amplamente interpretados como recado direto a Trump”, disse.
EUA pode ser um Brasil 2.0 com Trump, segundo Wall Street Journal
No século passado, desde 1945, quando chegou ao fim a Segunda Guerra Mundial, o Brasil aderiu a um sistema de protecionismo que pode ser um exemplo ao sistema econômico fechado que o presidente norte-americano, Donald Trump, busca colocar em prática ao tarifar importações aos EUA, afirmou o jornal econômico The Wall Street Journal, no sábado (12).
No Brasil há uma lista de produtos que são mais caros do que no mercado norte-americano, a exemplo do iPhone 16, que custa US$ 799 nos EUA, até itens de alimentação, como garrafa de champanhe Veuve Clicquot, que são vendidos lá fora por US$ 110.
O jornal afirmou que as tarifas de importação, controles cambiais e barreiras comerciais são as razões para os altos preços praticados no Brasil.
O protecionismo brasileiro começou na Segunda Guerra Mundial, como uma tentativa do governo de manter empregos. No entanto, o que a ação gerou foi a elevação dos custos aos consumidores, segundo economistas consultados pelo jornal.
“Eles nunca sentiram a pressão competitiva para inovar, reduzir custos e encontrar uma maneira de sobreviver em um mercado competitivo”, disse Alberto Ramos, chefe de pesquisa econômica da América Latina no Goldman Sachs à reportagem em questão.