Dívidas de R$ 19 bi

WeWork encara denúncias de 'calote' e ações de despejo; RJ a caminho?

A empresa de escritórios compartilhados tem sido alvo de ações de despejo movidas por FIIs diferentes, que alegam atraso dos aluguéis desde junho

WeWork
Foto: Divulgação

A empresa de escritórios compartilhados WeWork no Brasil tem sido alvo de ações de despejo movidas por FIIs (fundos de investimentos) diferentes – Rio Bravo Renda Corporativa, HBR Realty e Vinci Offices.

Os FIIs alegam ‘calote’ nos aluguéis desde junho. Em pronunciamento após a divulgação das ações judiciais, a WeWork afirmou que desconhece os pedidos de despejo e que continua operando normalmente em todos os seus escritórios no país.

A situação financeira da empresa tem preocupado investidores e inquilinos, que temem que a sede brasileira esteja caminhando para um pedido de recuperação judicial, como fez a matriz, em Nova York.

Entenda ações de despejo movidas por FIIs contra a WeWork

Os primeiros relatos de inadimplência da WeWork começaram a surgir em junho. Na época, os fundos imobiliários Vinci Offices, Santander Renda de Aluguéis, Torre Norte, Rio Bravo Renda Corporativa e Valora Renda Imobiliária avisaram seus cotistas sobre possíveis impactos nos rendimentos.

No final de agosto, começaram a ser noticiados processos de despejo contra a empresa por falta de pagamento de aluguéis. O período de inadimplência das ações corresponde a três meses após junho, intervalo padrão em muitos contratos de aluguel para o início de ações do tipo.

A plataforma de consulta a processos jurídicos JusBrasil informa que há ao menos seis tentativas de evacuação do imóvel contra a WeWork, além de outras três ações de cobrança de aluguel atrasado sem despejo.

Recuperação judicial está a caminho?

Ao site IstoÉ Dinheiro, o economista Gilberto Braga, professor do Ibmec, disse que a empresa “navegou desde 2010 com condições muitos favoráveis em termos de captação e de Instalações comerciais”, mas pontuou que “os ventos mudaram”.

Gianluca Di Mattina, da Hike Capital, chamou atenção para a “competição com empresas que conseguiram adaptar seus modelos de negócios com mais agilidade”. Portanto, acredita que um pedido de recuperação judicial não deve demorar. Segundo o analista, as dívidas da empresa já chegam a R$ 19 bilhões.

Apesar da crise, a WeWork segue a líder do seguimento de escritórios compartilhados no Brasil, com mais de 153 mil metros quadrados, quantidade superior a soma dos seus quatro principais concorrentes (Regus, Cubo Coworking, VIP Office e GoWork), segundo levantamento da SiilA, plataforma de dados sobre o mercado imobiliário.