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White Paper do Bitcoin completa 15 anos: um marco no mundo cripto

No mercado de criptoativos o Dia das Bruxas também é data de celebração

No mercado de criptoativos o Dia das Bruxas também é data de celebração. Há 15 anos Satoshi Nakamoto divulgou um documento base para a criação da primeira moeda digital que serviria como meio de pagamento sem intermediários.  O documento “A Peer-to-Peer Electronic Cash System” deu seus primeiros passos na internet através de uma lista de e-mails, dando origem a uma ideia. Após 15 anos, essa mesma ideia se tornou um ativo com cerca de R$ 173 mil em valor de mercado.

O ano era 2008 e o mundo estava imerso em uma profunda crise financeira desencadeada pelo colapso dos títulos de crédito imobiliário subprime. Esta crise havia levado à falência de gigantes financeiros dos Estados Unidos, incluindo o Lehman Brothers, forçando o Federal Reserve a implementar um plano sem precedentes: o quantitative easing. Esse plano consistia na aquisição massiva de títulos pelo banco central dos EUA, com o objetivo de injetar dinheiro nas instituições financeiras.

Em meio a um ambiente de desconfiança generalizada em relação ao sistema financeiro tradicional e a uma inundação sem precedentes de moeda, o White Paper do Bitcoin surgiu como uma voz de inovação. Ele chamou a atenção ao prometer a criação de um sistema de pagamento entre pares (peer-to-peer), onde a confiança em intermediários tornou-se obsoleta. O documento enfatizou a necessidade de um sistema eletrônico de pagamento baseado em provas criptográficas, eliminando a necessidade de confiar em terceiros. 

“É necessário um sistema eletrônico de pagamento baseado em prova criptográfica em vez de confiança, permitindo que duas partes transacionem diretamente uma com a outra sem a necessidade de um terceiro de confiança”, dizia o White Paper.

“Pode-se dizer que o White Paper do Bitcoin foi o grande marco inicial do mercado de  criptoativos. Foi a partir dessa invenção que abriram-se as portas para um universo de possibilidades a serem desenvolvidas com tecnologia blockchain”,analisou o CEO e cofundador da Ripio, Sebastian Serrano em entrevista ao BP Money

O CEO completa: “A ideia foi tão inovadora e revolucionária que chamou a minha atenção para o potencial deste mercado. Inclusive, fundei a Ripio em 2013, junto com outros dois sócios, por acreditar no potencial dessa tecnologia e pensar no impacto que poderia ter no futuro. Hoje, 15 anos depois da publicação do White Paper do Bitcoin, o mercado de criptoativos está consolidado e a Ripio conta com alcance de mais de 8 milhões de usuários, em 8 países, considerando nossas soluções B2C e B2B”.

O especialsita explica que a curiosa coincidência da divulgação do White Paper ser na mesma data do Dia das Bruxas ironicamente não tem ligação direta.

“Apesar das datas coincidirem, não existe uma correlação entre a criação do White Paper e o Halloween. O mês de outubro deste ano, entretanto, foi importante para o cenário macro das criptomoedas, pois no dia 23 o Bitcoin ultrapassou o valor de U$33 mil, atingindo sua máxima no ano, algo que movimentou o mercado e chamou a atenção dos investidores. Especialistas apontam que a alta se deu por conta do avanço nas tratativas para o lançamento de fundos negociados em bolsa (ETF’s) de preço à vista do Bitcoin”, explicou.

Vantagens de um criptoativo

Serrano salienta que os criptoativos são opções valiosas de investimentos financeiros pois possibilitam uma maior liberdade na hora de transacionar e dispensam intermediários na relação entre o investidor e o ativo digital, além da segurança e a da rastreabilidade das operações garantidas 24 horas por dia, sete dias por semana, graças à tecnologia blockchain.

“Outra vantagem é a possibilidade de enviar dinheiro para fora do país ou pagar uma despesa internacional, o que costuma ser algo trabalhoso e muitas vezes com altas taxas, tanto  o bitcoin e como os demais criptoativos quebram essas barreiras por serem moedas universais, de fácil transferência e sem taxas de câmbio, sendo assim possível usá-los em qualquer lugar do mundo”, destaca.

O especialista ainda cita que os criptoativos permanecem como uma alternativa viável durante períodos de alta inflação e incerteza econômica, especialmente na América Latina. Um estudo da Chainalysis revela que a região tem forte adoção de criptomoedas, com Brasil, Argentina e México entre os líderes em adoção global. 

“Fica claro que as criptomoedas se tornaram uma parte importante da vida cotidiana em muitos países da região, especialmente naqueles que enfrentam desvalorização da moeda. Além disso, o estudo aponta que os brasileiros apresentam uma demanda maior por Bitcoin e, especialmente, por Altcoins, que são comumente usados para investimentos de longo prazo e especulação”, disse.

Quem foi Satoshi Nakamoto

O CEO explica que a identidade do próprio Satoshi Nakamoto é um fato curioso. Este nome é pseudônimo para uma pessoa ou grupo que teria criado o bitcoin. Este codinome permanece há anos como um dos mais conhecidos e misteriosos envolvendo criptoativos, pois a verdadeira identidade por trás desse pseudônimo permanece desconhecida. 

“Várias pessoas já foram apontadas como possíveis Satoshi Nakamoto ao longo dos anos, mas nenhuma delas conseguiu fornecer provas concretas de ser o verdadeiro criador do bitcoin”, disse.

Neste ano, uma descoberta inesperada foi feita nos computadores Mac da Apple. Especialistas descobriram que um arquivo PDF contendo o projeto inicial do Bitcoin pode ser encontrado em qualquer computador MacBook da Apple que esteja atualizado com o sistema operacional macOS Catalina 10.15.7 ou posterior – ou seja, pelo menos desde 2018. A proprietária do sistema macOS ainda não se manifestou sobre o assunto.

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