Wilson Ferreira Júnior pode ser o líder que Eletrobras (ELET6) precisa?

Segundo analistas, a volta de Ferreira Júnior traz grandes perspectivas para o futuro da Eletrobras

A Eletrobras (ELET3;ELET6) tem um novo presidente. Wilson Ferreira Júnior, ex-presidente da Vibra (VBBR3) e da CPFL Energia (CPFE3), assumiu o cargo em 19 de setembro, voltando para a companhia que comandou entre 2016 e 2021. O executivo é muito bem visto entre os acionistas da companhia elétrica.

“Wilson Ferreira Júnior foi o responsável pela reestruturação da Eletrobrás durante o período de 2016 e 2021, em que esteve no comando da empresa. Foi ele quem viabilizou com que a empresa atendesse os parâmetros de interesse dos investidores para um processo de privatização”, explicou Sidnei Lima, analista da Top Gain. 

Tão bem quisto que, logo na primeira Assembleia Geral Extraordinária (AGE) da após a privatização da Eletrobras, foi eleito presidente da ex-estatal. Segundo analistas consultados pelo BP Money, sua volta pode beneficiar o crescimento da companhia de energia. 

“A volta do Wilson Ferreira Júnior para presidência da Petrobras afeta positivamente a companhia no curto e no longo prazo. Quando ele esteve à frente da Eletrobras durante cinco anos, ele arrumou a empresa para a privatização, teve aumento de eficiência, ele trouxe bastante corte e teve redução de alavancagem para a empresa. Além de ser um dos maiores especialistas de energia do país”, afirmou Rica Mello, especialista em gestão e investimentos

De acordo com Mariana Saragoça, sócia especialista em energia e infraestrutura do Stocche Forbes Advogados, a volta de Ferreira Júnior é positiva pelo fato dele ser um dos maiores conhecedores do setor elétrico, sempre antenado nas tendências do setor. 

“É um profundo conhecedor do setor elétrico como um todo e acompanha de forma bastante ativa a pauta da modernização do setor elétrico e transição energética. Considero que ele reúne habilidades importantes para continuar implementando ações e aproveitando as oportunidades no cenário pós privatização da Eletrobras que envolvem essas discussões”, avaliou. 

Apesar de acreditar no crescimento da empresa sob a gestão de Ferreira Júnior, Lima reitera que os impactos dessa volta não serão tão sentidos de imediato.

“No curto prazo acredito que não tenhamos novidades muito significativas. A empresa já vem seguindo um alinhamento na preparação para a privatização e segue focada na eficiência de seus resultados e diminuição do seu comprometimentos como estabelecido no pós-privatização”, explicou. 

Volta de Ferreira Júnior pode atrair investidores

Na visão de Lima, o último mandato de Wilson na Eletrobras foi muito positivo, fazendo com que sua nomeação animasse os investidores, visto que é alguém com grande reputação no setor de energia. 

“A volta dele tende a beneficiar a empresa, tendo em vista que graças ao seu comando a empresa conseguiu aumentar sua eficiência, cortou custos, e focou na redução da alavancagem do negócio. E toda essa mudança de direcionamento fez com que o mercado confiasse no seu trabalho, e que tal posicionamento tende a ser benéfico para novas manobras da empresa, principalmente relacionadas à eficiência financeira do negócio”, disse. 

De acordo com Mello, a volta de Ferreira Júnior chama a atenção dos investidores, visto que ele tem anos de experiência no setor elétrico e conhece muito bem a companhia que está presidindo. Além disso, Mello ressalta que a Eletrobras é uma empresa com grande potencial.

“Pode atrair novos investidores, pois a Eletrobras tem a frente um cara que entende da empresa e entende do setor como ninguém. Além disso, há o potencial da Eletrobras. A Eletrobras é uma empresa já é uma empresa que é uma boa pagadora dividendos. Ela ainda tem uma uma valorização que não leva em consideração todos os ganhos possíveis que ela pode ter no futuro”, explicou.

Ferreira Júnior traz perspectivas futuras positivas para a Eletrobras

Segundo Mello, o mercado espera ansiosamente pelas primeiras medidas que Wilson irá tomar como novo presidente da Eletrobras. Ele acredita que as ações irão se valorizar ao longo prazo. 

“Com a chegada do Wilson, o pessoal espera que a companhia discuta de uma maneira mais aberta os planos e as metas para cortes de despesa operacional. E vamos lembrar que a despesa operacional é um percentual muito grande dos custos que tem a Eletrobras. Então, quando há corte de despesa operacional, você traz um benefício muito grande para valorização de ações. O mercado está bem ansioso pelas primeiras atitudes que o Wilson vai tomar à frente da Eletrobras”, explicou. 

Para 2023, no entanto, Mello crê que a companhia terá que enfrentar muitos problemas, visto que o preço da energia elétrica se encontra barata, complicando os futuros balanços da ex-estatal.

“Olhando para esse curtíssimo prazo, o ano de 2023 é um ano desafiador porque é um ano em que o valor da energia está caindo, ainda mais se a gente tiver um período chuvoso agora que começa em novembro. Independente do ótimo trabalho que você esteja exercendo à frente da empresa, isso pode pressionar os valores para baixo”, afirmou.  

Lima, em contrapartida, pensa que o ano que vem será muito positivo para a companhia elétrica, muito por conta da experiência de Ferreira Júnior no setor. “A expectativa é que essa volta realmente beneficie o negócio da empresa e impulsione o seu crescimento. Pautas como novos planos de custos, reestruturação para a venda de energia, investimentos e redução na estrutura corporativa devem ser os próximos passos dele, o que torna as perspectivas para 2023 mais atrativas para os parâmetros financeiros da Eletrobras”, disse.