A XP divulgou relatório na última sexta-feira (18) em que classificou como “sólidos” os resultados, referentes ao terceiro trimestre de 2022, das empresas brasileiras listadas na bolsa de valores de São Paulo (B3). Segundo a XP, 55% das empresas reportaram lucros operacionais (Ebitda) acima do esperado.
“Vemos os resultados do terceiro trimestre das empresas brasileiras como sólidos, mesmo sendo uma temporada um pouco pior que a anterior. 55% das empresas reportaram Lucros Operacionais (EBITDA) acima do que esperávamos, 10% foram em linha, e os 35% restantes abaixo do que esperávamos. Quanto à receita, 54% das empresas superaram nossas expectativas, 17% foram em linha e 30% vieram abaixo”, informou a XP.
A XP destacou que o mercado já esperava uma desaceleração no números reportados no terceiro trimestre. A retração ocorreu, segundo a empresa, mas o tamanho da magnitude não era o esperado pelo mercado.
“Dessa forma, as estimativas de lucro esperadas para os próximos 12 meses foram revisadas ligeiramente para baixo pelo consenso de mercado”, comunicou a XP.
Em relação aos setores da bolsa, empresas de Agro, Alimentação e Bebidas, Saneamento e Transportes reportaram um Ebitda acima das expectativas da XP. A instituição destacou, negativamente, empresas dos setores de Bens de Capital e Financeiro, que desapontaram as estimativas da casa de análises.
“O terceiro trimestre de 2022 foi marcado por crescentes preocupações de recessão, especialmente nos EUA e na Zona do Euro. Com a inflação global atingindo níveis recorde desde o início do ano, os bancos centrais de todo o mundo apertaram suas políticas monetárias, aumentando os riscos de uma desaceleração significativa no crescimento econômico global”, informou a XP.
A XP salienta que, ao longo dos últimos meses, o aumento das taxas de juros levou ao aumento das despesas e custos financeiros, o que impactou diretamente a rentabilidade e as margens das companhias da bolsa.
“Mesmo com as receitas apresentando crescimento, impactadas positivamente pela inflação, as empresas não conseguiram repassar integralmente o aumento de seus custos ao consumidor final. Neste trimestre, a margem EBITDA do Ibovespa caiu quase 0,54 p.p. em relação ao trimestre anterior e 1,63 p.p. na comparação anual”, informou a XP.
Destaques por setores
No setor de papel e celulose, a XP destacou a Irani (RANI3), que apresentou outro conjunto de bons resultados, impulsionados por maiores volumes de papelão ondulado devido à recuperação da demanda e aumento da capacidade produtiva em SC (Gaia II), redução de preços nos segmentos de Papelão Ondulado e Resinas e os custos permaneceram estáveis, mesmo com a queda dos preços de aparas.
Em Mineração e Siderurgia, a instituição ressaltou os resultados da Gerdau (GGBR4), que continuaram fortes no terceiro trimestre. “A América do Norte manteve margens EBITDA muito boas (30%), apesar de um cenário macro mais desafiador, enquanto outras unidades de negócios reportaram resultados mais enfraquecidos com menores volumes, preços e custos ainda pressionados”, informou a XP.
No varejo, os principais destaques foram o Grupo Soma (SOMA3) e a Vivara (VIVA3), que apresentaram bons resultados, segundo a XP.
“Adicionalmente, o Assaí (ASAI3) continuou apresentando um trimestre sólido apesar da pressão das despesas pré-operacionais. Em Farmácias, d1000 (DMVF3) e Pague Menos (PGMN3) foram os destaques”, informou a companhia.
O setor financeiro, que sofreu com inadimplência neste trimestre, também teve destaques da XP.
“Algumas empresas do setor financeiro apresentaram resultados acima de nossas expectativas, com Banco do Brasil (BBSA3) sendo o principal destaque, beneficiado, principalmente, por um robusto incremento em sua Margem financeira Bruta (NII), que se deve principalmente ao robusto crescimento de sua carteira de crédito, à reprecificação de suas operações de crédito nos últimos trimestres e aos melhores resultados de sua tesouraria”, destacou a XP.