Apesar de manter sua projeção de 130 mil pontos para o Ibovespa no fim deste ano, a XP divulgou uma expectativa mais baixa para o índice em 2022. A empresa espera agora fechamento em torno dos 123 mil pontos para o próximo ano, de acordo com o relatório assinado por Fernando Ferreira, estrategista-chefe e head do research, e Jennie Li, estrategista de ações.
“À medida que nos aproximamos do final do ano, estamos atualizando a meta do Ibovespa para meados do ano que vem. A forte alta das taxas de juros locais continua pressionando o valor justo do Ibovespa”, afirma.
A forte preocupação com a situação fiscal do país foi um dos grandes responsáveis pela baixa de 6,74% registrada pelo principal benchmark da bolsa brasileira em outubro. Além disso, ações nacionais fecham com o com o pior desempenho mensal neste ano e continuam apresentando resultados inferiores ao de semelhantes internacionais.
A XP faz uma relação com o índice de ações globais, medido pelo MSCI ACWI, que registrou avanço de 5,0% no mês anterior.
“O cenário fiscal interno se deteriorou ainda mais, com sinais claros de que o teto de gastos – principal âncora do Brasil para o controle de gastos – está sendo flexibilizado, o que fez o mercado reagir de forma bastante negativa”, pontua a nota.
Para a corretora, a sensação é de que o Brasil está alcançando o velho equilíbrio macro: mais gastos, inflação mais alta e taxas de juros superiores. Com isso, as ações permanecem pressionadas, comentam.
“Mantemos nossos três temas principais (commodities, histórias seculares e oportunidades), mas atualizamos mais uma vez nosso valor justo para o Ibovespa, dada a alta das taxas locais. O novo preço-alvo do Ibovespa é de 123.000 pontos para meados do ano de 2022, contra 130.000 pontos para o final de 2021 projetado anteriormente”, afirmam os especialistas.