O BTG Pactual (BPAC11) manteve a indicação de compra para as ações da XP (XPBR31), apesar de um resultado não tão animador na prévia operacional do quarto trimestre de 2023. A avaliação é de que a recuperação foi adiada, mas os dados não foram tão ruins quanto se temia.
Segundo o relatório do banco, se no segmento de varejo a captação caiu de R$ 48 bilhões para R$ 12 bilhões no último trimestre, na base de clientes corporativos houve um incremento de quase R$ 7 bilhões.
“Embora outras métricas não tenham sido inspiradoras, acreditamos que os KPIs [indicadores de desempenho], em geral, atenderam às baixas expectativas do consenso”, diz o documento.
Em outras linhas de atuação que a XP busca desenvolver, como o crédito, a carteira encerrou o quarto trimestre com R$ 21 bilhões, um aumento de 6% no trimestre e de 23% em 12 meses, acima do que o BTG projetava. As transações com cartões de crédito alcançaram um volume de R$ 11,8 bilhões, com alta de 10% no trimestre e 43% na comparação anual.
“Dada a recente correção do mercado e o ainda ambiente difícil para captação de recursos, esperamos que o 1S24 [primeiro semestre] continue desafiador para a XP, que será forçada a ser muito rigorosa em termos de custos para garantir lucros trimestrais acima de R$ 1 bilhão”, escrevem os analistas do BTG.
A expectativa é que o desempenho comece a melhorar a partir do segundo semestre, o que justifica a classificação de compra para as ações, com um preço-alvo de US$ 30 para os papéis negociados na bolsa americana Nasdaq. Significa um potencial de valorização acima de 15% em 12 meses, considerando-se as cotações atuais.
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Em um ano desafiador para as plataformas de investimento independentes, a XP encerrou o ano de 2023 atingindo uma marca significativa, de 4,531 milhões de clientes ativos.
Isso representa um crescimento de 17% em comparação ao final de 2022, porém, em relação a setembro, o aumento foi de apenas 3%. Vale ressaltar que a XP incorporou os clientes da Modalmais no terceiro trimestre, tornando a base de comparação trimestral mais robusta.
A corretora encerrou o ano com R$ 1,1 trilhão em ativos de clientes, representando um aumento de 19% em comparação com dezembro do ano anterior e um crescimento de 4% no último trimestre. Este número engloba tanto a entrada de recursos novos quanto a valorização dos ativos, incluindo a apreciação das ações, durante o período.
Em relação à captação líquida, a XP reduziu o ritmo no quarto trimestre, registrando uma entrada de R$ 19 bilhões.
Um dos desafios da corretora é ampliar a rede de assessores de investimento, que alcançou 14,3 mil em dezembro. Apesar do crescimento anual de 16%, o número de profissionais que apresentam os produtos de investimento aos clientes permaneceu estável no trimestre.
