Mercado cambial

XP corta projeção de alta do dólar sobre o real

A XP também reduziu as estimativas para horizontes mais longos, cortando a previsão do dólar ao fim de 2026 para R$ 6,20

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Em relatório recente sobre o cenário do câmbio, a XP Investimentos destacou que a depreciação do dólar em dezembro pode ter sido exagerada. No início deste ano, o real viveu uma recuperação parcial, o que fez os analistas mudarem sua projeção para a cotação da moeda estrangeira no final do período, saindo de R$ 6,20 para R$ 6,00.

Além disso, a casa também reduziu as estimativas para horizontes mais longos, cortando a previsão de um dólar a R$ 6,40 no fim de 2026 para R$ 6,20.

Paralelamente, a XP também observou, em um quadro onde o dólar volte aos R$ 6,00, que o câmbio deve continuar em níveis depreciados e afirma que seu modelo base aponta para a moeda americana cotada a R$ 5,90. 

Os riscos recentes e impactos sobre a direção do câmbio doméstico seriam a explicação para essa diferença de R$ 0,10. “Em nossa visão, o balanço de riscos em torno dessa projeção [de R$ 5,90] está inclinado para cima (ou seja, uma taxa de câmbio mais depreciada)”, disse a XP, segundo o “Valor”.

Para os economistas Rodolfo Margato, Luíza Pinese e os estrategistas Victor Scalet e André Buzzini, “os riscos de uma guerra comercial mais intensa e a adoção de medidas econômicas pouco ortodoxas no Brasil aumentaram nas últimas semanas”.

Além disso, os analistas da casa também afirmaram que o ciclo eleitoral do Brasil se aproxima, ao que se estima um aumento na volatilidade cambial. “Levando isso em consideração, projetamos R$ 6,20 por dólar no fim de 2026, em linha com o diferencial de inflação.”

Real tem melhor desempenho mundial frente ao dólar no pregão de quarta (5)

Na sessão desta quarta-feira (5), o real brasileiro teve o melhor desempenho frente ao dólar, em comparação com uma cesta de outras 32 moedas globais. A divisa norte-americana encerrou o dia em queda de 2,72%, cotada a R$ 5,75.

Esta foi a pior performance do dólar desde outubro de 2022, quando a divisa encerrou com retração diária de 4,03%, cotada a R$ 5,17, durante a disputa eleitoral entre o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva e o então presidente Jair Bolsonaro, que resultou na vitória do petista.

A Bolsa brasileira voltou a operar após dois dias fechada por conta do Carnaval, e teve uma sessão marcada por reversão do mau humor que tomou conta das negociações da última semana. Apesar disso, o Ibovespa fechou com uma leve alta, junto com os índices acionários globais.

Na última sexta-feira (28), o dólar encerrou o pregão em alta de 1,5% frente ao real, o maior fechamento desde 24 de janeiro, quando a divisa foi a R$ 5,91. No acumulado da semana, a divisa norte-americana teve alta de 3,25%, já no mês, os ganhos foram de 1,39%.

O foco dos investidores foi nos desdobramentos das tarifas sobre importações impostas pelos EUA aos seus principais parceiros comerciais. As Bolsas melhoraram o desempenho ao passo que o governo norte-americano confirmou que vai adiar em um mês as tarifas sobre carros importados do México e Canadá.